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Quando Pelé marcou o milésimo gol de sua carreira, na vitória por 2 a 1 do Santos sobre o Vasco, a primeira declaração após beijar a bola tirada do fundo das redes foi uma emocionada homenagem às crianças. "Dedico este gol às criancinhas pobres do Brasil. A gente tem de olhar para elas", declarou na época. De lá para cá, foram quase 36 anos. Curiosamente, só ontem, em Curitiba, o embaixador do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) afirmou ter conseguido realizar o sonho iniciado naquela distante noite do dia 19 de novembro de 1969.

O Rei lançou, na capital, o Instituto Pelé Pequeno Príncipe – uma instituição filantrópica que realizará pesquisas sobre doenças complexas que atingem crianças e adolescentes e ainda apresentam limitações no tratamento ou diagnóstico. A idéia é focar em doenças com maior incidência no Brasil, como o tumor de córtex adrenal (rim) – que, no Paraná, acontece com mais freqüência em crianças com 4 anos de idade.

No caso de doenças mais comuns, como tumores em geral, o HIV e doenças degenerativas, o primeiro objetivo do instituto será gerar conhecimento para igualar os índices de cura brasileiros aos internacionais. Para se ter uma idéia, nos EUA em 74% dos casos de câncer se chega à cura; no Brasil o índice é pouco maior que 50%.

O projeto fez Pelé novamente "vestir a camisa". "Desde aquela declaração (a do 1000.º gol) venho participando de várias campanhas, mas essa é o primeira que considero efetiva. É o primeiro projeto que tenho certeza do resultado positivo", afirmou.

A parceria do atleta do século com o instituto servirá para dar credibilidade e ajudar na captação de recursos. O projeto inicial é de que em cinco anos a sede da instituição (que terá 12 mil m2) e toda a infra-estrutura necessária (aparelhos para estudos de genética molecular e biologia celular) estejam completas. Para isso, serão necessários US$ 20 milhões.

Por enquanto, as pesquisas serão realizadas em uma área de 1 mil m2. Os recursos iniciais serão fornecidos pela mantenedora do Pequeno Príncipe, a Associação Hospitalar de Proteção à Infância Doutor Raul Carneiro. A primeira ação prática começa imediatamente: todos os recém-nascidos que passarem pelo hospital poderão fazer o teste de DNA que diagnostica o tumor de córtex adrenal. Se for constatado que a criança tem tendência à doença, ela passará a ser acompanhada.

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