Pelo menos 3 mil alunos esperam por vaga em Curitiba

Apesar de o ano letivo ter se iniciado há duas semanas, pelo menos 3 mil crianças e adolescentes estão sem vaga nas escolas de Curitiba, segundo levantamento das comissões de educação dos nove Conselhos Tutelares do município. Só no bairro Pinheirinho, os pais de alunos já registraram pelo menos 500 reclamações.

Em entrevista ao telejornal ParanáTV, da RPC TV, a presidente do Conselho Tutelar, Juliana Guerra, informou que o caso será denunciado ao Ministério Público, caso as vagas não sejam providenciadas. A Secretaria de Estado da Educação não reconhece que o número de alunos na fila de espera chegue a 3 mil. "Não recebemos nenhuma lista oficial do Ministério ou mesmo do Conselho Tutelar, portanto não consideramos este número", disse a diretora da Secretaria de Educação, Ana Lúcia Schulhan.

Além da falta de vagas, muitos alunos estão sendo matriculados apenas em escolas situadas em bairros distantes às respectivas residências, mas estão sem transporte escolar. De acordo com o Conselho Tutelar, o maior número de casos são de alunos da 5ª série do primeiro grau e da 1ª série do segundo grau. A Secretaria de Educação admite a falha e explica que, neste ano, houve uma demanda excessiva de alunos, o que ocasionou o problema. "A frota é limitada e, portanto, deixamos de usar o transporte em algumas áreas", disse Ana Lúcia.Emergência

Como medida emergencial para gerar novas vagas, a Secretaria de Educação deve implantar um quarto turno, que funcionaria entre os períodos normais. "[O novo turno] pode ser no meio da manhã ou no final da tarde. Será preferencialmente para os alunos mais velhos, que tem maior capacidade de organização e mais autonomia", explicou a diretora.

A diretora da Secretaria de Educação, no entanto, garantiu que todas as crianças e adolescentes que esperam na fila vão conseguir uma vaga. "É nossa obrigação, enquanto poder público, garantir a vaga a todos os alunos. De uma forma ou de outra, vamos garantir que todos os alunos neste início de ano estejam numa sala de aula", disse.