Pelo segundo dia consecutivo, a paralisação nacional dos médicos afeta o atendimento a pacientes em Londrina. Nesta quarta-feira (31), apenas cem consultas serão realizadas no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em um dia normal, são feitas 450. No Hospital Universitário (HU), onde são feitas de seis a oito cirurgias eletivas diariamente, nenhum procedimento foi agendado para esta quarta.

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Na rede municipal de Saúde não foram registrados problemas no atendimento à população. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), apenas um médico não compareceu para trabalhar no Hospital da Zona Norte. Três cirurgias eletivas, agendadas para esta quarta, não puderam ser realizadas por conta da ausência do profissional. No Hospital da Zona Sul, o atendimento segue sem interrupções.

Caminhada

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Uma mobilização dos médicos está programada para a tarde desta quarta-feira (31) em Londrina. A concentração dos profissionais será feita no estacionamento do Zerão, onde é realizada semanalmente a Feira da Lua, a partir das 15 horas. Depois, os médicos seguem em caminhada até a Concha Acústica, no centro da cidade.

De acordo com o cardiologista Walace Aquino, a caminhada é uma forma de protestar contra a falta de estrutura da Saúde no País. A categoria é contra o programa Mais Médicos, que entre outras ações pretende "importar" profissionais estrangeiros sem a aplicação do teste Revalida.

"O governo federal está colocando a falta de médicos como responsável pelo mau atendimento. Na verdade, falta estrutura. Os médicos são apenas uma parte de todo o processo", avaliou o cardiologista.

O baixo valor dos repasses feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a hospitais como a Santa Casa também é alvo dos protestos dos médicos. "O governo estabelece valores fixos de repasses, totalmente fora da realidade. O hospital fica deficitário e precisa buscar recursos em outros locais para poder fechar as contas."

A oferta feita aos estudantes de Medicina, de uma bolsa no valor de R$ 10 mil durante dois anos extras de curso, não deve resolver o problema do mau atendimento na opinião do médico. "Some todas essas bolsas que serão pagas aos médicos e isso vai dar cerca de R$ 1 bilhão. Os médicos são a parte mais ‘barata’ da estrutura da Saúde. O governo precisaria investir mais de R$ 90 bilhões para tentar corrigir as deficiências estruturais, mas prefere privilegiar outras áreas e usa o médico como desculpa."

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