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Materializada a denúncia contra os envolvidos no valerioduto mineiro, tucanos e governistas tratavam ontem de inventariar os prejuízos de cada lado – obviamente concluindo que o adversário se saiu pior. Os primeiros, pegos de surpresa em pleno congresso do partido, fingiram-se de mortos em público e, reservadamente, alegavam que Lula tem na roda um ministro da cozinha do Planalto, enquanto o fardo do PSDB é um senador já mais ou menos rifado. No governo, que já se desembaraçou de Walfrido dos Mares Guia, a ordem era argumentar que o PSDB perdeu mais: não poderia mais usar a palavra mensalão sem o risco de uma réplica que atribua ao partido a "gênese" do principal escândalo da era Lula.

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Era o cara – De um tucano mineiro sobre a relação entre os principais denunciados de ontem: "O Walfrido mandava mais no governo do Azeredo que o Zé Dirceu no do Lula".

Prioridades – Enquanto os demais governadores tucanos estavam no congresso da sigla, Cássio Cunha Lima negociava com Lula a liberação de verbas do PAC para a Paraíba e meios de garantir o voto do senador e correligionário Cícero Lucena a favor da CPMF.

Mau agouro – Lula pediu ao presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), que deixe de dar declarações sobre o quanto está difícil aprovar a CPMF. "O Brasil não precisa entrar em campo com o Galvão Bueno dizendo que não ganha do adversário há oito anos", comparou.

No lucro – Na véspera de virar ministro, José Múcio teve longa conversa com o presidente de seu partido, Roberto Jefferson. A relação entre ambos não chega a ser tranqüila, mas é bem melhor que a de Jefferson com Mares Guia.

Sinal 1 – Ao reunir a Executiva do PTB na próxima quarta, a idéia de Jefferson é recomendar o voto contra a CPMF, mas sem fechar questão. Atende assim a apelo de petebistas como Fernando Collor, favoráveis ao imposto.

Sinal 2 – Mas um outro fechamento de questão sairá da reunião do PTB: contra a possibilidade de terceiro mandato consecutivo para Lula.

Medidas – Aécio Neves bateu José Serra no "palmômetro" do congresso tucano. Mas o paulista mereceu três menções elogiosas no discurso de Fernando Henrique, e o mineiro, apenas uma, neutra.

Parceria 1 – O governador Sérgio Cabral (PMDB) sancionará lei dando poder à Receita do Rio para fiscalizar royalties do petróleo. O estado também aprovará, a pedido de São Paulo, um novo convênio para cobrar ICMS das plataformas de exploração.

Parceria 2 – Na próxima terça, Serra irá ao Rio assinar protocolo de substituição tributária para produtos farmacêuticos e de higiene pessoal. O ICMS passará a ser cobrado na fábrica, e não mais na loja.

Lenha – Petistas da CUT atacam a decisão do PC do B de fundar uma nova central sindical, a ser oficializada em dezembro. Divulgaram nota apontando "erro histórico" do aliado. Os dissidentes responderam na mesma moeda: dizem que os cutistas sofrem de "paralisia" desde o início do primeiro governo Lula.

TIROTEIO

* Do presidente do PTB, ROBERTO JEFFERSON, sobre a resistência da ala tucana influenciada por Fernando Henrique Cardoso em ajudar o governo a aprovar a prorrogação do imposto do cheque:

– O PSDB parece ter entendido que, se Lula tiver na mão o dinheiro de quatro anos de CPMF, vai arrebentar com todo mundo em 2010.

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