Caminhar diariamente é uma das recomendações médicas para o bom funcionamento do coração. Para Alberto Perez, porém, essa importante dica ajudará a tornar saudável não só o seu órgão vital, mas o de quase uma dezena de crianças que esperam por um transplante. Para fazer um alerta sobre o assunto, o argentino saiu no dia 9 de maio caminhando da Província do Chaco, na Argentina, com destino ao Rio de Janeiro, onde participará da Jornada Mundial da Juventude. No último fim de semana, ele chegou a Curitiba para uma pausa de cinco dias antes de retomar a viagem.
Desde que iniciou o percurso, Perez caminha em média 21 quilômetros por dia serão 2 mil quilômetros no total. As noites são dormidas em casas de famílias, postos policiais e de concessionárias, além de paróquias. Até um carro apreendido por policiais virou abrigo durante esses 33 dias de caminhada, que começou após descobrir que o amigo Renzo Antonelli, de apenas 2 anos, precisaria de um novo coração.
Desde então, o lema que faz Perez seguir viagem é "Por Renzo y la Pandilla" [Por Renzo e sua turma, em português]. Isso porque o menino, que nasceu com uma complicação no miocárdio e sofre de insuficiência cardíaca, está internado em um hospital de Buenos Aires com mais oito crianças que também precisam receber transplantes.
O motivo é grandioso, assim como as dificuldades. "Por incrível que possa parecer apenas dois lugares me negaram ajuda: duas igrejas. Mas isso não apaga o que muitos padres fizeram por mim nessa jornada e nem o auxílio que recebi de ateus, judeus e até de dependentes de drogas comovidos com a história do Renzo", afirma.
Estimavas do governo argentino apontam para uma fila de 7 mil pessoas aguardando por órgãos compatíveis para transplante. Fila da qual Renzo não pertence mais. Ele saiu dessa lista no último dia 2, quando recebeu um coração vindo de Itatí, município da província de Corrientes. "Pode ser coincidência, mas participei de uma missa nessa cidade", diz sorrindo.
Em 2008, Perez já havia andado 1.048 km até a Basílica de Nossa Senhora de Lujan pedindo apenas 5 minutos da atenção do então cardeal Jorge Mario Bergoglio, que lhe concedeu meia hora. É este mesmo papa, humilde e acessível, que o argentino espera encontrar na capital fluminense para pegar uma dedicatória na última página de um caderno de memórias, um presente para Renzo.
"Um grupo de bispos enviou cartas à Santa Sé solicitando uma audiência de cinco minutos com o papa. Mas o principal objetivo é que essas crianças possam encontrar o sumo pontífice no futuro", diz Perez, que encontrou em Curitiba uma cama para dormir, a primeira desde o início da peregrinação. Isso graças ao abrigo dado por compatriotas que mantêm um hostel na região das Mercês, na capital paranaense.
Colaborou Karen Faccin, especial para a Gazeta do Povo
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