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Monik sofreu lesão na medula | Wenderson Araújo/Gazeta do Povo
Monik sofreu lesão na medula| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Histórico

Relembre o caso do Morro do Boi:

O crime

> Os estudantes Monik Pegorari, de 23 anos, e Osíris Del Corso, 22, foram baleados no dia 31 de janeiro no Morro do Boi, na praia de Caiobá, em Matinhos. Monik ficou 18 horas no local do crime até ser resgatada pela polícia. Ela teria sido vítima de estupro. Osíris morreu na hora.

A primeira prisão

> No dia 17 de fevereiro, Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, foi detido pela polícia no balneário de Santa Terezinha, em Pontal do Paraná, com base em retrato falado feito com informações da vítima.

Nova prisão

> No dia 25 de junho, Paulo Delci Unfried foi preso por invadir uma casa e violentar uma mulher, em Matinhos.

Ele confessou ter matado Osíris e baleado Monik.

Com ele havia duas armas e o exame de balística confirmou que o tiro que matou o estudante partiu de uma delas.

  • Osíris morreu ao defender a namorada

Quem conhecia Paulo Delci Unfried, 32 anos, está surpreso. De acordo com amigos e vizinhos, ele é descrito como um rapaz quieto, trabalhador e que gostava de se vestir bem. Jogador de truco com fama de "facãozeiro" (quem costuma blefar) e de sinuca, gostava de relaxar no fim do dia nos botecos do balneário.

A imagem de Unfried perante a comunidade só começou a mudar há cerca de dez dias, quando foi preso acusado de assaltar e estuprar uma caseira no balneário de Betaras. Uma a uma, mulheres, sobretudo caseiras, vítimas de assaltos, foram comparecendo à Delegacia de Matinhos para reconhecer Unfried. O bochicho sobre a semelhança do rapaz com o retrato-falado do autor do crime do Morro do Boi também correu a cidade.

Enquanto para alguns moradores o quebra-cabeça começava a se formar, para outros a pulga atrás da orelha já vinha de alguns meses. "Ele é um psicopata. Por isso que as pessoas se enganam", disse o dono de uma empresa de segurança que atua na Praia Mansa, em Caiobá. A frieza e os hábitos estranhos de Unfried chamaram a atenção do homem acostumado a detectar bandidos.

Morando a apenas 300 metros do local do crime, de acordo com relatos dos vizinhos, Unfried costumava subir e descer, tanto de dia, quanto de noite, o Morro do Boi e conhecia as trilhas como ninguém. Gostava de caçar ali e sabia bem como se movimentar no local. Andava armado e adorava a noite. Frequentemente era visto perambulando pela madrugada, mesmo quando estava chovendo. Ao cair da noite, o romance de casais que aproveitavam a beira-mar para relações íntimas era uns dos seus passatempos preferidos. Gostava de ficar olhando.

Unfried vivia com a esposa e com o filho de 8 anos. Vindo de Medianeira, no Oeste do Paraná, há cerca de dez anos, tentava dar um novo recomeço para a vida de sua família, depois que foi acusado de cometer um estupro. Em Caiobá, morando numa casa de fundos de uma residência, dividia-se entre os ofícios de porteiro, pedreiro e vigia, enquanto a esposa fazia as vezes de caseira. Fez amigos e novos amores. Nos últimos dois anos, passou a dividir a atenção entre a família e uma agente comunitária de saúde, com quem passou a se encontrar.

Em Caiobá, Unfried não ficou muito tempo longe de confusão. Foi preso por porte ilegal de arma, quando pego em flagrante espiando, de cima de uma árvore, um grupo de meninas que tomava banho de piscina em uma das casas da região. No ano passado, ao sair alcoolizado de um bailão, bateu o carro e matou um homem. No dia do enterro da vítima, mostrou o seu lado mais frio. Enquanto o rapaz era sepultado, sentou-se em um dos botecos da região e ficou conversando, bebendo e dando risada.

Quando possivelmente passou a assaltar as residências do litoral, não imaginava que estava sendo monitorado. Há cerca de dois meses, ao ser encontrado dentro de uma das casas, foi abordado por um vigia conhecido e disse que tinha entrado para tentar proteger a casa. A história não colou.

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