Um dia depois de o jornal francês Le Figaro afirmar que as gravações das caixas-pretas do voo 447 da Air France inocentavam a fabricante da aeronave (Airbus) e reforçavam a hipótese de falha humana, o caso ganhou novo capítulo na quarta-feira. O diretor técnico do Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) da França, Alain Bouillard, afirmou à Agência France Presse que as gravações não indicam "disfuncionamento maior" no avião, como panes elétricas totais, bloqueio dos motores ou alarmes incompreensíveis.
Entretanto, segundo o perito, isso não quer dizer que não tenha havido "disfuncionamentos menos importantes". Segundo Bouillard, conforme avancem as análises, "em oito dias ou mais", podem vir a surgir falhas.
Na manhã de ontem, o Le Figaro voltou ao tema, explicando como teria sido a tragédia. O voo saiu do Rio às 19h (horário de Brasília) e deveria chegar a Paris às 6h10. Às 22h33, o avião fez o último contato via rádio e, às 23h, entrou em uma tempestade, evitada por outras aeronaves que passavam pela região.
O Figaro dá três hipóteses para o avião da Air France ter entrado na tempestade: erro de avaliação da tripulação (até por falta de gente na cabine), erro do piloto induzido por leitura equivocada de radar ou sonda ou falta de combustível para contornar a tormenta.
Resgate
As amostras de DNA extraídas dos dois corpos de vítimas do voo 447, resgatados há dez dias no Oceano Atlântico, servem para identificar passageiros ou tripulantes. A informação foi confirmada ontem pela Gendarmerie Nationale, a polícia militar da França, e já foi dada às famílias. O sucesso do trabalho dos peritos deve levar a Justiça de Paris a ordenar que mais corpos - que estejam em boas condições - sejam retirados dos destroços e trazidos à superfície. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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