O médico George Sanguinetti, contratado pela defesa de um dos réus acusados de participar do desaparecimento da modelo e atriz Eliza Samudio – que já é tratada como morta apesar de o corpo não ter sido encontrado –, afirmou que realizou um parecer sobre os laudos da Polícia Técnico Científica e depoimentos dados à Polícia Civil de Minas Gerais, que demonstram que o goleiro Bruno Fernandes das Dores Souza e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, são inocentes do crime de homicídio.

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Em entrevista gravada por telefone, concedida na tarde desta quinta-feira (21) ao G1, Sanguinetti ainda afirmou que o resultado do que chama de "laudo particular" vai apontar que o ex-atleta do Flamengo teria, no máximo, cometido omissão de socorro. De acordo com ele, o documento ainda não está pronto porque faltam resultados de outros exames. A previsão do médico é que isso ocorra até segunda-feira (25).

O perito, que atuou nos casos PC Farias e Isabella, falou ainda que os únicos suspeitos pelo sumiço e suposta morte de Eliza são Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e um adolescente. O menor está apreendido. Outros seis acusados também seriam inocentes "por tabela".

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"Bruno e Bola são inocentes. Bruno pode ter cometido omissão de socorro pelo fato de haver depoimentos que dizem que ele viu Eliza ferida no sítio dele em Minas e não prestou socorro. Outros seis acusados [Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro] também são inocentes por tabela", disse Sanguinetti, contratado pelo advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende 'Bola'. A reportagem não conseguiu localizar o defensor para comentar o assunto.

"Eu derrubo a imputação da polícia de que há prova contra eles. Além de analisar os laudos oficiais, eu fui à casa de cada um deles no interior de Minas. Colhi material que foi analisado por um laboratório de genética forense em Alagoas, onde moro", afirmou Sanguinetti, sem entrar em detalhes ou apresentar cópias do parecer que afirma ter feito.

Para a investigação, Bruno é considerado o principal suspeito pelo sumiço de Eliza. Ele seria o mentor intelectual do crime. Em 2009, ela teve um relacionamento com o goleiro, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. Ela tentava provar na Justiça que o ex-capitão do Flamengo é pai do filho dela. Eliza desapareceu em junho. A caseira do sítio do goleiro afirmou que ela esteve no local entre os dias 7 e 10 daquele mês. Bruno nega qualquer participação no crime.

A polícia afirma também que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o executor. O adolescente que foi apreendido chegou a dizer que Bola teria dado partes do corpo de Eliza para cães comerem, o que foi desmentido posteriormente pelo menor. "Contra Bola só tem o depoimento desse garoto que mudou de versão três vezes e ainda chegou a pedir desculpas ao ex-policial por ter mentido", disse Sanguinetti. Ainda, de acordo com Sanguinetti, os únicos suspeitos pelo crime são Macarrão e o menor.

Em audiência no dia 8 deste mês, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o adolescente disse à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues que queria pedir desculpas ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola – por ter dito que este era responsável pela morte de Eliza. Segundo o menor, o homem chamado por Bola no inquérito policial não é o Bola que ele conhecia. O adolescente alegou que havia inventado a história de que o corpo da jovem teria sido devorado por cães.

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"Eliza estava com eles [Macarrão e o adolescente] quando saiu de carro do Rio de Janeiro e foi para Minas. Durante o trajeto, ela foi golpeada e ficou com um corte na cabeça", disse Sanguinetti, que não revelou quanto recebeu para fazer o parecer.

Acusações

A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro responde na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor.

Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responde por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento.

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