A perícia que investiga a causa e a responsabilidade pelos danos morais e materiais da explosão do navio chileno Vicuña, no Porto de Paranaguá, em 15 de novembro do ano passado, deve estar concluída em agosto. A informação é do juiz Marcelo Davi Gonçalves, do Tribunal Marítimo (corte administrativa que julga acidentes navais), que determinou o estudo. O perito Alexandre Trinas começou o trabalho em março.
Também em agosto, outra equipe, que investiga as possíveis responsabilidades da empresa Cattalini e da administração do Porto de Paranaguá pela poluição ambiental das baías de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, virá até o estado para uma vistoria no porto e nas áreas atingidas. Em abril, o Tribunal determinou esta nova perícia, que tem como objetivo a análise dos planos de contenção e se isso teve influência na impacto do acidente na região.
As duas perícias atendem a pedidos liminares para antecipação de produção de provas antes da abertura do processo pelo Tribunal Marítimo. Para a Ultragás, empresa chilena proprietária do Vicuña e que fez os pedidos, as investigações estão muito lentas. "Nós fizemos os pedidos justamente para garantir que as provas que existiam não fossem manipuladas e a demora na vistoria in loco pode comprometer o resultado da investigação", diz o advogado da Ultragás, Leven Siano.
Relatório
De acordo com um dos membros da equipe que faz a investigação da responsabilidade pelos danos ambientais, Marcos Rodrigues Fernandes, a perita Ana Paula Freitas Pinto estava aguardando o envio de informações pelas empresas e a conclusão do relatório sobre os impactos ambientais elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para marcar a visita. De acordo com Fernandes, a idéia de esperar os documentos era reduzir custos. "Vamos analisar todos os documentos para ver o que já temos de informações e do que ainda precisamos ir atrás", explicou.
O juiz do Tribunal Marítimo avalia que as perícias estão adiantadas em relação a outros casos. Ele cita como exemplo o processo da explosão da P-36 da Petrobrás (no Rio de Janeiro), que foi concluído esta semana, quatro anos depois do acidente. "As investigações que estamos fazendo deveriam ser feitas na fase de instrução do processo, como o pedido de antecipação de produção de prova foi acatado, se o processo for instaurado, essa parte já estará pronta", diz.
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