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| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A perícia dos prontuários de sete pacientes mortos que, supostamente, tiveram suas vidas abreviadas pela médica Virgínia Soares de Souza e outros seis funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba já está pronta. As antecipações de morte na Unidade de Terapia Intensiva do hospital teriam ocorrido entre 2006 e janeiro de 2013. O laudo, assinado pelo médico perito oficial e diretor do Instituto Médico Legal do Paraná, Carlos Alberto Peixoto Baptista, tem mais de 400 páginas.

O Ministério Público (MP-PR) afirmou que o laudo confirma a tese de homicídios, mas pediu prazo de 30 dias, que começa a contar nesta segunda-feira (30), para se manifestar. O prazo deve terminar apenas em janeiro, em razão do recesso de fim de ano. Por se tratar de um conteúdo extremamente técnico, os promotores do caso também solicitaram 60 dias para dois assistentes técnicos analisarem a perícia. Esse prazo já está contando há alguns dias. Os dois assistentes técnicos indicados MP são o ex-presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), José Mário Meira Teles, e o médico Almir Germano, especialista em medicina intensiva do Hospital Universitário de Maringá.

A reportagem apurou que tanto MP como a defesa dos acusados devem solicitar à Justiça esclarecimentos ao perito com mais perguntas, uma espécie de tira-dúvidas.

A perícia do caso é a última etapa antes do interrogatório dos réus. Após essa fase, o juiz titular da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, poderá se manifestar se o caso será julgado pelo júri, se o entendimento for que houve homicídios dolosos, ou por uma vara comum, se for considerado que as mortes ocorreram sem culpa dos acusados.

O advogado da médica, Elias Mattar Assad, afirmou que, após a leitura inicial do laudo, a defesa ainda tem impressão que não há comprovação de fato criminoso nos atos de Virgínia e sua equipe. “Estamos estudando a perícia, mas após a primeira panorâmica (no documento), a defesa segue com a mesma tese, que não há qualquer comprovação de fato criminoso”, disse.

Perícia

O caso se arrastou ao longo de 2015 em razão da dificuldade para conseguir um perito que avaliasse os prontuários. Em setembro do ano passado, dois peritos foram indicados pela Justiça, mas o governo estadual que, pela lei, deveria arcar com as custas, criou obstáculos. Em seguida, peritos do IML foram indicados, mas alguns médicos do Instituto declararam suspeição. Depois desse imbróglio, um médico do IML assumiu a responsabilidade. Peixoto trabalhou desde o começo do ano no caso.

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