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Veja resultados do estudo sobre a vulnerabilidade |
Veja resultados do estudo sobre a vulnerabilidade| Foto:

Cidades médias, distantes das capitais e com políticas públicas insuficientes são os lugares mais violentos para os jovens brasileiros. É o que mostra um estudo coordenado pelo Fórum Bra­sileiro de Segurança Pública apresentado ontem em São Paulo.

No trabalho, foram diagnosticados 266 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba ocupam posições intermediárias no ranking da vulnerabilidade. O estudo diagnosticou a exposição de jovens de 12 a 29 anos à violência por meio do Índice de Vulnerabilidade Ju­­venil (IVJ), desenvolvido em parceria com a Fundação Seade. O IVJ mostra que o grau de exposição dessa faixa etária à violência é considerado muito alto em 10 cidades: Itabuna (BA), Marabá (PA), Foz do Iguaçu (PR), Camaçari (BA), Governador Valadares (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Teixeira de Freitas (BA), Linhares (ES) e Serra (ES). Outros 33 municípios tiveram IVJ considerado alto.

"Cada cidade tem suas particularidades. No caso de Foz, não dá para dissociar da questão da fronteira", explica Renato Sérgio de Lima, secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo ele, se fosse levada em conta apenas a questão dos homicídos, a cidade paranaense lideraria o ranking. "Violência não é só crime, mas também uma série de outros fenômenos, como falta de escola, pobreza, desigualdade, acidente de trânsito. Isso compõe o cenário em que esses jovens vivem", afirmou.

A cidade paranaense que representa menores riscos para os jovens é Maringá. Nacio­nalmente, o município do No­­roeste ficou na 27.ª colocação. A 1.ª colocada é São Carlos (SP). Para o presidente do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente de Marin­gá, Paulo Rogério da Silva, a boa posição da cidade no estudo é explicada pelo bom sistema educacional, programas beneficentes públicos e privados, além da boa estruturação da sociedade organizada.

Ele apontou as qualidades da cidade que justificam a posição no estudo, mas fez ressalvas. "Não podemos esconder os problemas. Muitas vezes a criminalidade acaba se instalando nas cidades me­­tropolitanas, onde os custos são mais baratos. Espe­culação imobiliária, preços altos dos terrenos afastam os menos favorecidos da cidade", explicou Silva.

Alvo

Ainda de acordo com o Fórum, os jovens com idades entre 19 e 24 anos são as principais vítimas da violência no Brasil. São eles que correm mais risco de perder a vida. Logo atrás vem a faixa etária dos adultos com idades entre os 25 e os 29 anos; e os jovens entre os 12 e os 18 anos de idade. A pesquisa revela também que os que não se tornam vítimas, vivem um cotidiano relacionado à violência. 88% dos jovens brasileiros – de idades entre 12 e 29 anos – já viram corpos de pessoas assassinadas.

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