As mensagens de condolência pela morte do arquiteto Oscar Niemeyer foram muitas nesta manhã na França.

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O "arquiteto de sonho tornado real", como o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, o definiu, se exilou nos anos 1970 na França, onde projetou cerca de 20 edifícios, entre os quais estão a sede do Partido Comunista na praça Colonel Fabien em Paris e o Centro Cultural Le Havre.

Niemeyer atravessou o século XX com "ousadia, brilhantismo e perseverança", e disseminou a "universalidade de sua mensagem" de Brasília a Nova York, de Belo Horizonte a Paris", assegurou Ayrault.

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Além disso, o primeiro-ministro lembrou que o arquiteto, membro do Partido Comunista, "jamais renunciou a seus ideais", algo que também destacou o secretário nacional do PC francês, Pierre Laurent, ao elogiar um homem "extraordinário" capaz de unir sua criatividade e seu compromisso político.

Laurent anunciou nesta manhã que realizará uma Jornada de Portas Abertas em homenagem ao arquiteto na sede do partido "a fim de permitir aos franceses e aos parisienses admirar sua obra, a melhor homenagem que poderia ser feita a ele".

Por sua vez, a ministra da Cultura francesa, Aurélie Filippetti, elogiou as "curvas livres e sensuais, a maleabilidade e a poesia do concreto armado" que caracterizaram as obras do arquiteto, cuja assinatura era "reconhecível entre todas".

Considerado "uma das grandes figuras da arquitetura do século XX, ao lado de Frank Lloyd Wright, Messe van der Rohe e Le Corbusier", nas palavras do diretor do Instituto Francês de Arquitetura, Francis Rambert, também recebeu elogios de dois prefeitos das cidades que abrigam algumas de suas obras.

O socialista Bertrand Delanöe, prefeito de Paris e o conservador Edouard Philippe, prefeito de Le Havre, elogiaram o brasileiro e o legado arquitetônico que deixou em suas cidades.

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Niemeyer foi "um homem extraordinário", dizem arquitetos britânicos

A presidente do Real Instituto de Arquitetos Britânicos (Riba), Angela Brady, definiu Oscar Niemeyer como "um homem extraordinário" e disse que, para a categoria, o arquiteto "fará muita falta".

"Oscar foi um homem extraordinário e um arquiteto que deixa um legado impressionante", acrescentou a presidente do prestigiado instituto de arquitetos britânico.

Niemeyer, que estava internado desde 2 de novembro no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro, morreu ontem, dez dias antes de completar 105 anos.

Brady lembrou "a beleza, a elegância, a coragem, a inovação e a função" que caracteriza a obra do arquiteto, que realizou seu "desejo" de construir no Reino Unido em 2003, quando se assinou o projeto do pavilhão da Serpentine Gallery, em Londres.

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Segundo a presidente do Riba, Niemeyer foi uma das "últimas pontes" com os membros fundadores do modernismo arquitetônico. Ela deu como exemplo sua colaboração de 1936 a 1945 com Le Corbusier no desenho do Palácio Gustavo Capanema, então sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio.