Há 88 anos a cerimônia se repete (com exceção do período de 1973 a 1993): hoje, às 23 horas, adentram cerca de 2 mil pessoas no Hotel Copacabana Palace para o baile tradicional de carnaval, no Rio de Janeiro. Ele acontece sempre no mesmo dia e horário desde 1924. Na sua primeira edição seis meses depois que o hotel foi construído o baile foi em um salão tímido. Mas bastou ser inaugurado para que, no ano seguinte, tivesse de ser ampliado para cinco salões. E, apesar do menu requintado, na verdade quem mais se destacou entre salmão, champanhe e camarão foram os convidados. Em 1959, o decote do vestido da atriz americana Jayne Mansfield arrebentou e o seio acabou aparecendo, o que virou um escândalo para a época.
O escritor e produtor Orson Welles chegou a morar seis meses no Copacabana e também frequentou o carnaval do hotel. Há muitos boatos sobre a estadia de Welles no Rio de Janeiro, algumas, inclusive, não confirmadas. O que é certo é que ele esteve no Rio para gravar um filme que demonstrasse que os brasileiros eram bons. "Ele veio por causa da política da boa vizinhança com os Estados Unidos. Eles queriam que o Brasil se tornasse aliado na Segunda Guerra Mundial. Nesta época, muitos artistas de Hollywood se voltaram ao Brasil", explica a diretora de relações públicas do Copacabana Palace, Claudia Fialho. Além de mulherengo, Welles gostava de beber. Dizem que uma mistura de coca-cola e cachaça que se tornou um drink popular teria sido feita por ele e recebido o nome de Samba-em-Berlim. Outra personalidade que esteve no Copacabana foi Brigitte Bardot, mas ela não se hospedou ali. Na verdade, foi para dar uma coletiva de imprensa porque, desde que chegara ao Rio de Janeiro, não tinha sossego.
Hotel
O Copacabana foi construído em uma época em que as pessoas não se importavam muito com a praia. Por isso, quando foi feito, sua entrada principal ficava de costas para o mar. O Copacabana, assim como o Hotel Glória, começou a ser construído para receber reis, rainhas e príncipes que viriam nas comemorações dos 100 anos de independência do Brasil (1922). Mas o Copa não ficou pronto para as festividades porque a construção foi interrompida por forças externas, como a Revolta do Forte de Copacabana.