Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Violência

Pesquisa revela perfil de algoz feminino

Uma pesquisa realizada por estudantes de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), divulgada neste fim de semana, retrata, pela primeira vez, o perfil dos homens que cometem agressão contra a mulher na capital do estado. O estudo Perfil do autor de violência doméstica contra a mulher em Curitiba é de autoria das estudantes And’gelica Schneider, Angeli Löwen e Damaris Schwalb. Os dados foram recolhidos a partir de casos atendidos pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Curitiba.

A pequisa mostra que a maioria dos agressores é jovem: 42% têm entre 24 e 36 anos e 65% trabalham – a metade em um emprego formal. "Os números mostram que, mesmo com todos os problemas que a agressão e a possível prisão trazem para a vida profissional, a maioria não se sente intimidada por isso e comete a agressão", afirma a professora Maria Cristina Carvalho, coautora da pesquisa.

De acordo com Maria Cristina, tais consequências não são levadas em consideração por conta de outro fator que tem grande influência nas agressões: o uso de drogas e álcool, utilizados por 71% dos agressores – 85% ingerem álcool e 45% também usam drogas. "O álcool está diretamente relacionado aos incidentes". A escolaridade também é baixa: apenas 10% têm ensino fundamental completo e 49% não chegaram a concluí-lo.

Tratamento

A pesquisa vai ajudar a conhecer melhor o homem agressor e, a partir disso, contribuir para a formulação de estratégias que permitam tratá-lo e reeducá-lo, como prevê a Lei Maria da Penha. Mas, sem informação sobre o perfil do algoz, a medida é pouco aplicada nos juizados brasileiros. A iniciativa de realizar a pesquisa em Curitiba partiu da titular do juizado da capital, Luciane Bortoleto.

Imagem feminina

Atualmente, o juizado paranaense já oferece tratamento psicológico aos agressores presos em flagrante que respondem ao processo em liberdade. O tratamento é coordenado pela professora Maria Cristina e abrange desde a orientação jurídica até esclarecimentos sobre a influência das drogas no comportamento agressivo. "Também trabalhamos a representação que o agressor faz do sexo feminino, pois muitos ainda acreditam que mulher deve apanhar, e que eles devem exercer poder sobre ela". Para Maria Cristina, a pesquisa aponta que tratar somente a vítima não traz resultados. "É uma relação complementar. Muitas vezes, o próprio algoz também é uma vítima".

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.