A Pesquisa Rodoviária 2009 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que 69% das estradas do País - federais estaduais e concedidas à iniciativa privada - estão com avaliações negativas - ruim, péssima ou regular. Contudo, houve melhora em relação ao ano passado, quando 73,9% foram julgadas dessa forma. Também ocorreu melhora, segundo o estudo, nas avaliações ótimas ou boas, que passaram de 26,1%, em 2008, para 31% neste ano. Para realizar a pesquisa, a CNT vistoriou as condições de 89.552 quilômetros de rodovias, sendo 75.337 sob gestão pública, federal ou estadual, e 14.215 quilômetros da malha administrada pela iniciativa privada.
Apesar de elogiar os investimentos do governo na recuperação das rodovias - R$ 23 bilhões desde 2003, segundo a CNT - o presidente da entidade, Clésio Andrade, disse que muito ainda precisa ser feito. Segundo cálculos da entidade, para que todos os trechos de rodovias mal avaliados fossem recuperados, seriam necessários investimentos de, no mínimo, R$ 32 bilhões.
A pesquisa destaca alguns pontos críticos verificados em toda a malha rodoviária nacional. Considerando os 89,5 mil quilômetros, cerca de 54% (48,6 mil quilômetros) estão com o pavimento regular, ruim ou péssimo. Em 57,2 mil quilômetros, ou 63,9% da malha estudada, a sinalização tem algum tipo de problema. A CNT constatou também que em 41,4 mil quilômetros (46,3%) não há acostamento.
O estudo da CNT mostrou ainda que as rodovias federais foram as que mais melhoraram. Segundo o levantamento, 33,1% da malha federal está, neste ano, em condições ótimas ou boas. Em 2007, esse porcentual era de 25,8%. As rodovias sob concessão praticamente se mantiveram no mesmo elevado patamar de avaliação com 76,5% de ótimo e bom, porcentual ligeiramente inferior aos 77,6% de 2007. As rodovias estaduais também praticamente não tiveram mudanças em sua situação, com a avaliação positiva passando de 26,9% para 26,2%.
Críticas
Andrade aproveitou a entrevista para divulgação dos balanços para engrossar o discurso do governo contra as paralisações de obras, tanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quanto por órgãos ambientais. Segundo ele, as obras paralisadas em rodovias somente neste ano, causaram um prejuízo de R$ 745,5 milhões, em razão do aumento do custo operacional do transporte de cargas.
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