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UNESP

Pesquisadores acham inseto considerado extinto em SP

Pesquisadores do Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, e do Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, constataram que duas espécies de mosca branca possivelmente nativas do Estado de São Paulo sobreviveram à infestação da exótica Middle East-Asia Minor 1 (Meam1). A descoberta causou surpresa, pois se acreditava que, depois da introdução no país dessa invasora, as espécies nativas teriam sido substituídas ou extintas.

A Meam1, que chegou ao Brasil na década de 1990 e se espalhou principalmente pelas lavouras de soja, é altamente invasiva. Em várias partes do mundo, segundo os pesquisadores, sua entrada promoveu a extinção das espécies locais. A pesquisa constatou a presença das espécies nativas New World 1 e New World 2 no Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Alagoas. A mosca branca constitui um dos maiores pesadelos para os produtores de hortaliças, plantas ornamentais e outras culturas, pois, ao se alimentar da seiva da planta hospedeira, causa o definhamento. O inseto também deposita uma secreção açucarada sobre as folhas favorecendo a formação de fungos que impedem a fotossíntese. É ainda transmissor de vários tipos de vírus que afetam culturas de hortaliças, frutas e oleaginosas.

A espécie invasora predomina no País e pode ser encontrada tanto em áreas cultivadas quanto em plantas daninhas. Até recentemente toda pesquisa sobre mosca branca levava em conta somente essa espécie. No trabalho da Unesp e do IAC, foi feito um amplo levantamento em mais de 40 municípios de São Paulo e em 13 do Estado de Alagoas, com o uso de testes sensíveis à identificação das espécies.

A nativa New World 1 foi encontrada em plantações de jiló e corda-de-viola nos municípios de Registro, Iguape e Ilha Comprida, no Vale do Ribeira, sul do Estado. Em Alagoas, a mosca infestava tomateiros. A pesquisadora Renata Krause Sakate, da Unesp, acredita que o inseto não desapareceu em virtude do isolamento geográfico dessas localidades em relação a outras áreas agrícolas do Estado.

A New World 2 foi coletada em plantas de amendoim-bravo em São Paulo e Alagoas. Trata-se do primeiro registro de sua existência no Brasil. Também surpreendeu o fato de as espécies nativas, em alguns nichos, estarem convivendo com as invasoras. Ainda não se sabe se as nativas também transmitem vírus para a planta, o que a continuação da pesquisa deve elucidar. O trabalho, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve ainda a colaboração de pesquisadores espanhóis.

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