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Foz do Iguaçu – O Lago de Itaipu foi escolhido como ambiente para a realização de uma pesquisa pioneira em água doce: a instalação de habitats artificiais que servem como refúgio, abrigo e para a reprodução de peixes. O trabalho, voltado para estimular a atividade pesqueira, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), com apoio da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu.

A proposta é tema da tese de doutorado do oceanógrafo Luciano Neves dos Santos. Ele integra uma equipe de aproximadamente 20 pessoas, entre pesquisadores e estagiários da UEM. As atividades estão sendo feitas no Lago de Itaipu, em Foz do Iguaçu, devido ao potencial pesqueiro.

Nesta primeira etapa, os pesquisadores estão instalando os habitats no fundo do lago, em um local de água parada e sem correnteza, a cerca de quatro ou cinco metros de profundidade, situado a 50 metros da margem, na área do Refúgio Bela Vista. As estruturas são feitas com tubos de pvc, manilhas de cerâmica, e de concreto, estacas de madeiras e plásticos que imitam a vegetação aquática.

Segundo Luciano, inicialmente o objetivo é averiguar quais espécies de peixes irão usar os habitats e por quais motivos. Entre as hipóteses em estudo está a possibilidade de os peixes visitarem os abrigos em busca de alimentação. Os habitats devem atrair algas, camarões, crustáceos e outros tipos de organismos que servem de alimento aos peixes. Outras possibilidade é a de os peixes usarem os habitats para fugir de predadores ou para se reproduzirem.

As hipóteses da pesquisa serão confirmadas ou não a partir de um monitoramento realizado durante um ano por meio de técnicas de mergulho, pescarias com iscas artificiais, redes para pesca artesanal e a ecosonda – transmissor colocado dentro da água que emite um sinal acústico e gera imagens para um monitor. A diversidade de habitats usados e o acompanhamento dos resultados tornam o projeto inédito no Brasil.

Uma das expectativas dos pesquisadores é aumentar a atividade pesqueira no Lago a partir do projeto. A implantação de abrigos para peixes em ambientes marinhos, também conhecidos como recifes artificiais, tornou-se comum no Brasil desde a década de 90. No entanto, em água doce a atividade ainda é pouco utilizada.

Lago

O reservatório de Itaipu foi formado em 1982 a partir do fechamento das comportas do canal de desvio da hidrelétrica. Com 170 quilômetros de extensão, o lago está situado na Costa Oeste do Paraná e margeia 16 cidades entre Foz do Iguaçu e a região de Guaíra, na divisa com o município sul-matogrossense de Mundo Novo. O reservatório tem uma profundidade média de 22 metros, mas chega a até 170 metros nas proximidades da barragem. As espécies de peixes mais comuns são: armado, corvina, mapará e corimba.

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