
No mesmo dia em que a rondoniense Vanessa Vieira – esposa de um dos presos do 8 de janeiro e mãe de seis filhos – pediu “misericórdia” a Hugo Motta durante ato da oposição na Câmara dos Deputados em favor da anistia, uma petição online foi lançada para coletar assinaturas da população em apoio à pauta. O abaixo-assinado foi divulgado na última segunda-feira (10) pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e, em menos de três dias, reuniu mais de 150 mil assinaturas.
“Temos que passar a mensagem clara de que a maioria da população não aguenta mais ver essas injustiças”, afirmou o deputado no vídeo de lançamento da ação. “Há pessoas condenadas a 17 anos sem nunca terem cometido nenhum crime, sem nunca sequer terem ido a uma delegacia de polícia”, disse, ao citar que muitos filhos estão “órfãos de pais vivos, e isso tem que acabar”.
De acordo com Gayer, a anistia aos presos do 8 de janeiro é a prioridade dos deputados federais da oposição, e o novo presidente da Câmara, Hugo Motta, tem se mostrado favorável. Tanto que “a esquerda, o sistema e a imprensa não perderam tempo em atacá-lo diariamente e criar campanhas nas redes sociais pedindo arquivamento da pauta da anistia”, disse, pontuando a urgência para que a população participe do abaixo-assinado favorável à anistia. “Peço para que você faça sua parte.”
Outros deputados como Zé Trovão (PL-SC) também se engajaram na campanha e têm divulgado a ação pelas redes sociais. “O Brasil não pode fechar os olhos para a injustiça!”, escreveu o parlamentar. “Centenas de brasileiros seguem presos injustamente, sem o devido processo legal, sem direitos básicos e sendo tratados como criminosos apenas por se manifestarem”, continuou.
Um dos casos citados na petição é o da cabeleireira Débora Rodrigues, presa há 23 meses longe dos dois filhos por escrever a frase “perdeu, mané”, com batom, na estátua “A Justiça”. A mulher chegou a escrever uma carta pedindo desculpas a Alexandre de Moraes, mas segue presa.
A petição também homenageia o comerciante Cleriston Pereira Santos (imagem abaixo), que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda em novembro de 2023, deixando esposa e duas filhas. Advogados haviam pedido a liberdade provisória por questões de saúde, e a Procuradoria-Geral chegou a emitir parecer recomendando a soltura, mas ele foi mantido preso e faleceu no cárcere.
“Queremos anistia já para os inocentes, presos políticos do 8 de janeiro. Chega de rasgar nossa constituição! Chega de perseguição! Chega de ditadura do poder judiciário”, diz o texto do abaixo-assinado.
Como assinar a petição a favor da anistia aos presos do 8/1
Para assinar, basta acessar a petição no site change.org e colocar nome, e-mail e a cidade em que mora. “Mande esse link para todo mundo que você puder, mande para todas as pessoas que você conhece, jogue nas suas redes sociais e peça que as pessoas assinem”, incentivou Gayer. “Vamos chegar a 1 milhão de assinaturas a favor da anistia”, escreveu o deputado em seu perfil no X.
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