São Paulo – A expectativa da cúpula petista, depois da degola promovida sexta-feira – com o afastamento de Ricardo Berzoini da presidência do PT e a "expulsão política’’ de quatro integrantes da legenda envolvidos na tentativa de compra do dossiê contra tucanos – é que a crise interna seja controlada até o segundo turno.

CARREGANDO :)

O presidente em exercício do PT e coordenador-geral da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, confirmou a tendência de antecipação do Congresso Nacional do PT, marcado para o segundo semestre de 2007. "Esperamos que esse seja o último momento, até o dia 29, em que nós nos voltemos sobre questões internas do PT. Depois disso, ganhando, perdendo, empatando, esclarecendo, não esclarecendo, nós vamos fazer como fazemos regularmente as nossas reuniões para avaliar as eleições e a situação interna’’, disse Garcia.

Ainda que a Executiva Nacional tenha colocado em banho-maria a ira de petistas contra dirigentes da legenda por conta das crises que se acumulam e desgastam a imagem do partido (casos Waldomiro Diniz, mensalão e dossiê), permanece o incômodo ex-terno: explicar a origem do dinheiro para compra do dossiê (R$ 1,7 milhão).

Publicidade

"Não há nenhuma ligação de recursos financeiros de campanha [de Lula] com qualquer atividade que não seja de campanha’’, disse Berzoini.

Válter Pomar, secretário nacional de Relações Internacionais do PT, disse que depois do segundo turno o diretório nacional do partido volta a se reunir e provavelmente decidirá pela antecipação do Congresso.

Segundo Pomar, as decisões de afastamento de Berzoini e de expulsão dos envolvidos no caso dossiê não têm relação com a briga de tendências e correntes no PT. "Foi uma decisão política sobre o que era melhor para o partido.’’

Pomar criticou as manifestações do ex-ministro José Dirceu, que havia feito o seguinte comentário na véspera: "Continua no PT o campeonato de autofagia e autodestruição. (...) Passam horas não planejando a campanha, orientando ou mobilizando o partido. Não. A pretexto de apurar responsabilidades no caso do dossiê Serra, fazem luta interna em estado puro. Uma irresponsabilidade’’. "Eu não levo o José Dirceu a sério. Nem ele, nem as opiniões dele. Ele devia fazer uma reflexão sobre seu papel no partido’’, disse Pomar.