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Cuiabá – O superintendente regional da Polícia Federal no Mato Grosso, Daniel Lorenz, disse nesta quinta-feira, que as investigações sobre a tentativa de compra, por petistas, do dossiê Vedoin, acrescentam um novo nome no episódio. Segundo o delegado, trata-se de "pessoa conhecida" no cenário nacional, mas ele evitou especificar se seria um político ou empresário.

Lorenz disse que a descoberta foi possibilitada pelo cruzamento das ligações telefônicas de um dos envolvidos no caso do dossiê que ligou para o telefone fixo do novo personagem e teve a ligação retornada. Cauteloso, o delegado esclareceu que ainda é preciso investigar se esses contatos foram casuais ou se estavam efetivamente ligados à tentativa de compra do dossiê que teria informações comprometendo políticos do PSDB.

O relatório que o delegado Diógenes Curado deverá entregar hoje à Justiça Federal não vai trazer a informação de que o R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê contra candidatos tucanos saiu do PT. O delegado deverá, no entanto, afirmar que o dinheiro era de responsabilidade de militantes do partido. A informação é do vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que conversou ontem, por telefone, com o delegado. O relatório deverá ser entregue hoje ao juiz Jefferson Scheneider, que cuida do inquérito sobre o dossiê em Mato Grosso.

"Ele me disse que possivelmente um mal entendido levou a se dizer que o dinheiro era de origem do PT. Que o dinheiro foi manipulado, transportado e é de responsabilidade de militantes do PT, não resta nenhuma dívida", disse Jungamann. Conforme o vice-presidente da CPI, o delegado informou que não há como confirmar que o dinheiro é de responsabilidade do partido.

Em um ofício anexado ao inquérito que pediu a quebra dos sigilos telefônicos de Gedimar Passos e Valdebran Padilia, presos em são paulo com o dinheiro destinado à compra do doissê, o delegado chegou a afirmar que "há provas nos autos que o dinheiro teria vindo do Partido dos Trabalhadores, porém os verdadeiros financiadores do ‘Dossiê Sanguessuga’ não se apresentaram até o momento".

No mesmo ofício, Cuardo diz: "Observa-se que os fatos estão cobertos sob um manto de dúvidas e mentiras, sendo necessários esforços no sentido de se descobrir a verdadeira origem do dinheiro apreendido, posto que, se fosse lícita, o proprietário já teria se apresentado".

Bicho confirmado

Segundo Jungmann, o delegado também confirmou que parte do dinheiro teria origem no jogo do bicho. "Mas o delegado disse que não tinha como dizer de qual banca de bicho era o dinheiro", afirmou o vice-presidente da CPI.

Além do jogo do bicho, o dinheiro para a compra do dossiê teria vindo de corretoras.

De acordo com o relato de Jungmann, também foram feitos saques de baixo valor, em várias agências bancárias para evitar chamar a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Isso dificulta o rastreamento do dinheiro.

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