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Navalha

PF aponta participação de três deputados em máfia

Brasília – A Polícia Federal enviou ontem ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, relatório com indícios de envolvimento de três parlamentares com a máfia das fraudes em obras públicas, desmantelada pela Operação Navalha. Entre eles está o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB- AL), irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Os outros dois são os deputados federais Maurício Quintela (PR-AL) e Paulo Magalhães (DEM- BA), sobrinho do senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA). Por meio de nota, Paulo Magalhães negou envolvimento com as irregularidades. Quintela disse que conhece o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, pivô do esquema, mas disse que jamais recebeu benefícios dele. Procurado em seu gabinete, Olavo não foi localizado para comentar a medida adotada pela PF.

As evidências foram levantadas na análise dos documentos apreendidos em maio na sede da construtora Gautama e de outros envolvidos no esquema, durante a operação. Caso considere consistentes os indícios de crime apurados pela PF, o procurador-geral pedirá abertura de processo contra os três no Supremo Tribunal Federal (STF).

Junto do relatório, de quatro páginas, a PF anexou um CD com gravações de conversas envolvendo os parlamentares e documentos que os ligam à quadrilha, que desviava recursos público mediante fraudes sistemáticas em licitações em seis estados, corrupção de autoridades, superfaturamento e medições fraudulentas de obras não realizadas.

Os dados da PF, caso acatados pelo Ministério Público, abrirão espaço para uma devassa patrimonial, bancária e fiscal de Olavo, suspeito de ser chefe das ações da quadrilha em Alagoas, por intermédio de um grupo de operadores de sua confiança, colocados em postos chaves do governo estadual desde a década de 90, sobretudo a Secretaria de Infra-Estrutura.

A Polícia Federal levantou também evidências de que Olavo estaria por trás de um esquema de uso de fazendas em nome da família para lavar dinheiro de origem ilícita.

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