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Duas tartarugas, seis papagaios de peito-roxo, nove canários-terra peruanos, 250 caixas de madeira para transporte e 15 gaiolas. Esse foi o saldo paranaense da operação denominada Trinca Ferro, realizada pela Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na manhã de ontem, em cinco estados do país. Nove pessoas acusadas de tráfico internacional de animais silvestres foram presas e o número total de animais e aves apreendidos chega a aproximadamente 2 mil.

A quadrilha operava nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e São Paulo, e mantinha pontos de receptação e coleta em cidades que fazem fronteira com a Argentina e o Uruguai. "Aqui no Paraná, partimos de uma denúncia anônima", diz a técnica do Núcleo da Fauna do Ibama, Coseti Xavier da Silva.

Os animais, entre eles araras, tucanos, trincas-ferro, cardeais, papagaios, azulões, frades, canários-da-terra e curiós, vinham de várias partes do Brasil, principalmente do Norte, e abasteciam mercados clandestinos nos Estados Unidos e na Europa. Segundo o Ibama, os traficantes não perdiam a viagem: da Argentina e do Uruguai, eles traziam ao Brasil flamingos e cardeais amarelos que, em extinção, valem muito no mercado negro.

Todos foram recolhidos a centros de triagem do Ibama de onde serão transferidos para criadouros licenciados. Os presos responderão pelos crimes de formação de quadrilha, contrabando, introdução de animais no país, maus-tratos e transporte ilegal.

Dez filhotes de papagaio foram apreendidos na tarde de ontem por policiais federais e militares na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu. Eles eram transportados em uma caixa de papelão. O paraguaio Ever Figueiredo, que tentava atravessar a fronteira com as aves, foi preso em flagrante. A PF estima que para cada animal traficado que chega ao destino nove morrem. O consumidor final, aquele que compra o animal contrabandeado, também é responsável por incentivar esse tipo de crime. (ML)

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