Atualizado em 27/06/06 às 18h03
A Polícia Federal (PF) em Curitiba apreendeu mais uma carreta da empresa paranaense Cattalini Transportes carregada com cerca de 300 quilos de maconha. É a segunda vez em três dias que um caminhão da mesma empresa é apreendido com drogas. O flagrante aconteceu na madrugada desta terça-feira. Foram presos o motorista Natanael F. L, 42 anos, e Rogério O. G, 30.
De acordo com a PF, Rogério dirigia um ômega e vinha à frente do caminhão - como batedor. Rogério foi preso esta manhã num hotel na região metropolitana de Curitiba. Ainda segundo a PF, o caminhão vinha de Foz do Iguaçu com a droga. Em Guaraniaçu, Natanael, assustado com a informação de que no sábado uma carreta foi apreendida com droga, resolveu jogar a droga no mato. Porém, ao interceptar o veículo, a PF achou três quilos da droga e obrigou o motorista a mostrar o local onde deixou a droga. "Não descartamos a possibilidade dele ter escondido mais drogas que não conseguimos encontrar", disse o delegado da PF, Fernando Francisquini, em entrevista coletiva.
No sábado à noite, na BR-277, os agentes da PF já tinham apreendido 1.350 quilos de maconha num caminhão da mesma empresa. Quatro pessoas foram presas, entre elas um funcionário da empresa.
Para Abdel Hach, gerente da área de segurança e meio ambiente da Cattalini, não se pode atrelar o desvio de conduta de um motorista com a história da empresa. "Estamos no mercado há 50 anos fazendo um trabalho sério. Estamos dando todo o apoio a PF para desmantelar esta quadrilha que alicia os motoristas", explica o diretor.
Diretores da Cattalini serão intimados pela PF a prestar depoimento nos próximos dias. O delegado da PF afirmou que o envolvimento ou não da empresa será invetigado. "Queremos saber se a empresa está sendo usada, está sendo omissa ou se tem alguma participação nessa história, ou até, se há a participação de alguém de dentro da empresa", explica Francisquini. Outra questão a ser averiguada pela PF é como funciona o monitoramento via satélite da empresa e o possível sistema de travamento do veículo que sai da rota. "Se o caminhão sai da rota ele tem que ser travado, mas cada empresa trabalha com uma margem de desvio de rota", diz.
A empresa está analisando com o departamento jurídico o desligamento dos motoristas envolvidos nos dois episódios por justa causa. Ainda segundo Hach, a Cattalini está estudando a possibilidade de fazer o transporte com escolta armada, para evitar a ação desta quadrilha. "Aumentaremos o nosso custo, mas será pequeno em relação ao estrago que essas apreensões estão causando para a empresa", analisa o diretor.
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