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Mais um caminhão da transportadora Cattalini carregado com maconha foi apreendido pela Polícia Federal (PF) na madrugada de ontem, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Esse foi o segundo caso semelhante registrado em três dias. No último domingo, outro veículo da empresa foi interceptado com 1.350 quilos do entorpecente. A PF investiga as alternativas do tráfico para infiltrar no Brasil a droga vinda de outros países da América do Sul – aliciar caminhoneiros seria uma delas. "Com essas apreensões Curitiba se mostra um grande mercado consumidor de maconha. Acreditamos que a droga apreendida seria consumida na cidade e não iria para outros lugares", afirma o delegado Fernando Francischini.

O caminhão conduzido por um motorista de 42 anos (os nomes completos dos envolvidos não foram divulgados) foi barrado por agentes federais no Contorno Sul de Curitiba. No tanque do veículo foram encontrados três quilos de maconha. Ao ser interrogado, o homem contou que, ao descobrir que uma carga já tinha sido apreendida, abandonou o restante da droga em outro local . Ele levou os policiais até uma plantação de bambu no município de Guaraniaçu, na Região Oeste do estado, onde foram encontrados outros 377 quilos de maconha.

Um outro homem de 30 anos foi detido em um hotel na região metropolitana de Curitiba. Ele é apontado pela PF como a pessoa que teria contratado o caminhoneiro por cerca de R$ 4 mil para transportar o entorpecente, e também faria a escolta do caminhão, verificando se não havia policiais na rodovia.

De acordo com a empresa, os dois caminhões tinham transportado óleo aromatizado para clientes na Argentina e no Paraguai. Diretores da Cattalini serão intimados pela PF a prestar depoimento nos próximos dias. O advogado da empresa, Denis Raby, disse que o gerente de segurança e meio ambiente da transportadora, Abdel Hach, já teria "falado judicialmente com a PF" antes da segunda apreensão. Os investigadores também procuram saber se o caminhão se desviou da rota. "Queremos saber se a empresa está sendo usada, sendo omissa ou se tem alguma participação nessa história, ou ainda se há a participação de alguém de dentro da empresa", adianta Francischini.

"Todo o rastreamento dos nossos veículos é feito via satélite. Com ele conseguimos saber qual o caminho que foi percorrido em qualquer desvio de rota. Estamos em contato direto com a PF e já repassamos o rastreamento aos investigadores", conta o advogado. Raby ainda explicou que, quando é verificado um desvio de rota suspeito, o motorista é acionado para prestar esclarecimento. Se não responde, o veículo pára. "Estaremos checando com mais rigor os caminhões que entrarem em zonas de risco de tráfico", acrescenta Raby.

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