A Polícia Federal (PF) cumpre hoje em Minas Gerais seis mandados de prisão e três de busca e apreensão contra brasileiros e nigerianos acusados integrar a cúpula de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. O grupo envia drogas para vários países da Europa, mas principalmente para a África do Sul, se valendo de empresas de exportação sediadas em Belo Horizonte. De acordo com a corporação, a quadrilha é formada principalmente por nigerianos residentes em São Paulo.

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A Operação Conaf (Conexão África) teve início em outubro de 2009 com a apreensão, na capital mineira, de produtos como tesouras de jardinagem e instrumentos musicais recheados com cocaína, que seriam enviados a países da Europa e à África do Sul. Para o país africano, especificamente, foram enviados banners e estandartes de jogadores de futebol repletos de cocaína. O material foi todo apreendido pela PF e destruído com ordem judicial.

Essas apreensões levantaram suspeitas de que haveria um esforço na formação de estoques de droga na África do Sul, para venda durante a Copa do Mundo. Além disso, a investigação apontou que o país estava sendo usado como depósito para abastecer países europeus e orientais.

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Os últimos sete meses de investigações levaram a grupos liderados por nigerianos que utilizavam esquemas parecidos de tráfico: por meio de empresas de exportação inseriam drogas em produtos vendidos para fora do Brasil, que viajavam em cargas marítimas ou aéreas com aspecto de legalidade. Pacotes também eram enviados pelos Correios ou por empresas privadas de entregas internacionais.

"Mulas"

Segundo a PF, os lideres também arregimentavam "mulas" para transportar a droga dentro do corpo ou camuflados em malas e outras bagagens. Neste período de investigação, foram realizados 15 flagrantes, todos de drogas enviadas pelos alvos da Operação Conaf, com a apreensão de mais de 100 quilos de cocaína.

Vinte e cinco pessoas foram presas nessa situação. Um dos suspeitos chegou a realizar dez viagens em um único ano. Além de brasileiros, eram de nacionalidade moçambicana, sul-africana, filipina e romena, entre outras. Vários já haviam cumprido pena por tráfico. De acordo com a polícia, eles eram expulsos do Brasil e retornavam para continuar o "trabalho" com passaportes falsos.

Esquemas paralelos

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Além da ação deflagrada em Minas Gerais, no último mês de abril lideranças nigerianas de um grupo paralelo foram presas por agentes da PF em Santa Catarina. Na Alemanha, em 14 de abril, foi realizada a Operação Orange, contra o braço europeu do esquema atingido hoje pela Operação Conaf. Na ocasião foram presos traficantes que recebiam drogas da América do Sul e faziam a distribuição por vários países do continente.

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