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Cuiabá – A Polícia Federal deu início ontem a uma missão para tentar chegar à origem do dinheiro que um núcleo petista, até agora parcialmente identificado, iria usar para compra e distribuição do dossiê que atribui aos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin supostas ligações com a máfia dos sanguessugas.

Em Cuiabá, São Paulo e Brasília, equipes policiais começaram a percorrer casas de câmbio, escritórios de doleiros e factorings no rastro de pistas sobre as notas em série – com dois suspeitos capturados na madrugada de sexta-feira no Hotel Ibis, próximo ao Aeroporto de Congonhas, foram recolhidos US$ 248 mil e R$ 1,16 milhão em dinheiro vivo.

Apanhados na sexta e liberados ontem, Valdebran Padilha, arrecadador de campanhas do PT em Mato Grosso, e o petista Gedimar Passos, ex-agente federal ligado a Freud Godoy – exonerado segunda-feira do posto de guarda-costas do presidente Lula –, continuam evitando detalhes, mas a PF já dispõe de informações que podem levar à fonte do dinheiro. "O dinheiro foi levantado em vários locais, em endereços diferentes", revelou um delegado federal.

A estrutura e a logística do grupo petista impressionou até os policiais mais tarimbados em investigações dessa natureza "Temos que descobrir dentro da hierarquia desse grupo de onde veio tanto dinheiro", disse o delegado. "A operação foi toda compartimentada, cada um teve uma participação decisiva na montagem do negócio." A PF está convencida de que a soma foi resgatada "pelo baixo escalão da organização".

A polícia também avalia que Valdebran, Gedimar e Freud não são as peças mais importantes da trama que chegou à ante-sala do presidente da República. Ao ordenar a prisão de Valdebran e de Gedimar, o juiz César Augusto Bearsi, da 3.ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, anotou que "sem a prisão temporária essas pessoas prosseguirão suas ações".

Em depoimento prestado ontem na superintendência da PF em Cuiabá, Valdebran reafirmou que o dinheiro foi dado pelo PT como uma ajuda aos Vedoin, que estariam passando por privações e problemas até com casos de doença na família, por causa do bloqueio dos seus bens. Ele não revelou, porém, de onde veio o dinheiro, mas suas pistas foram consideradas importantes para que a polícia e o Ministério Publico cheguem aos responsáveis. Gedimar, que é advogado e ex-agente da PF, por sua vez, recusou-se a colaborar e saiu do depoimento indiciado pelo crime de supressão de documentos, cuja pena vai de 6 meses a 2 anos de reclusão.

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