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PF desarticula quadrilha baseada em Umuarama

Ainda em setembro deste ano, a PF apreendeu 830 quilos de cocaína escondidos em peças de madeira para casas pré-fabricadas | Polícia Federal/Divulgação
Ainda em setembro deste ano, a PF apreendeu 830 quilos de cocaína escondidos em peças de madeira para casas pré-fabricadas (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
Cargas movimentadas pela quadrilha eram avaliadas em milhões de dólares |

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Cargas movimentadas pela quadrilha eram avaliadas em milhões de dólares

Cerca de 180 policiais federais e 10 auditores da Receita Federal deflagraram, ontem, uma grande operação contra o tráfico internacional de drogas em cinco municípios do interior do Paraná. A ação ocorreu nas cidades de Umuarama (base da quadrilha), Londrina, Altônia, Cruzeiro do Oeste e Maria Helena. Também foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rondônia.

Ao todo, 12 pessoas foram presas. Um outro acusado, de Umuarama, continuava foragido até a tarde de ontem. A PF também cumpriu 16 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor); 39 de busca e apreensão em domicílios (por documentos e provas); 42 de busca e apreensão contra bens móveis (veículos, embarcações e aeronaves) e 3,5 mil de busca e apreensão de cabeças de gado.

Também foram expedidas ordens de bloqueio de 43 imóveis, entre eles sete fazendas, quatro sítios, cinco apartamentos, nove casas e dois prédios comerciais. O total de bens incluídos nesta ordem é de mais de R$ 60 milhões. Além dos imóveis, foram bloqueadas as contas bancárias de 17 pessoas.

As ordens judiciais da operação, batizada de Denarius (dinheiro, em latim), foram expedidas pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal de Curitiba – o mesmo da Operação Lava-Jato.

Líder

A PF prendeu o suspeito de chefiar a quadrilha em Londrina, Norte do Paraná. Ele é pecuarista e vive em Umuarama, mas tem um apartamento na Gleba Palhano, bairro nobre da cidade, onde foi localizado pelos agentes. A Polícia Federal não divulgou o nome completo dele, mas afirmou que o pecuarista é conhecido como Tony Boiada.

A suposta amante dele, de 23 anos, também foi presa em um apartamento na Rua Piauí, no Centro da cidade. De acordo com o delegado da Polícia Federal de Londrina, Elvis Secco, a jovem não participava efetivamente das operações da quadrilha, "mas tinha conhecimento de todo o esquema". Com os dois, a polícia apreendeu uma Mercedes-Benz e um Volkswagen Jetta. Eles foram ouvidos na sede da Polícia Federal em Londrina durante a manhã de ontem.

Os agentes também apreenderam um helicóptero no Aeroporto 14 Bis. Também foi apreendido um avião em uma cidade próxima a Umuarama. O helicóptero, de prefixo PR-YFH, é de propriedade da empresa Viaer. Gedson Ferreira, gerente da empresa, confirmou que a aeronave – modelo Robinson R44II – estava arrendada ao suspeito.

Segundo o delegado, a droga contrabandeada pela quadrilha não passava por Londrina. A cidade servia apenas como "base logística" do esquema. Lá, os integrantes do grupo criminoso tinham uma vida luxuosa. Eles lavavam dinheiro comprando lanchas, jet ski, veículos e imóveis de alto padrão.

Mera coincidência

O modus operandi da quadrilha é parecido com o descoberto na Operação Lava Jato: a droga vem do Peru e da Bolívia e segue, disfarçada, para a Europa. Segundo o delegado federal Vinícius Zangirolani, porém, os dois esquemas, embora parecidos, não têm conexão. "Durante todo o período de investigação não encontramos nenhuma coincidência entre os dois casos."

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