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Várias quadrilhas, responsáveis por até 60% das fraudes bancárias praticadas na internet, foram desarticuladas nesta quinta-feira (24) em duas ações da Polícia Federal (PF). As operações Dedicado, no Rio Grande do Sul, e Online, no Pará, estão sendo realizadas nesta quinta e desmontaram a ação de quadrilhas que burlavam sistemas de bancos na internet e fraudavam contas de empresas. Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em sete cidades do Rio Grande do Sul e Pará. Também houve cumprimento de mandados em Goiás e no Paraná.

No Rio Grande do Sul, a operação ocorre nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Tramandaí. Já no Pará, a ação é realizada em Marabá. Durante as investigações, a justiça do Pará expediu 25 mandados de prisão preventiva, oito mandados de condução coercitiva e 33 mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos na última sexta-feira (18), em Marabá (PA), Belém (PA), Goiânia (GO) e Curitiba (PR).

A PF estima que, apenas no período de investigações, as quadrilhas tenham obtido com as fraudes mais de R$ 5 milhões no Rio Grande do Sul e R$ 3 milhões no Pará. A partir do material apreendido, a PF vai determinar o valor dos golpes. Os investigados vão responder pelos crimes de furto qualificado, estelionato e interceptação telemática criminosa. As penas podem ultrapassar 25 anos de reclusão.

Participaram das operações 238 policiais das superintendências do Pará, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, das delegacias de Marabá (PA), Redenção (PA) e Imperatriz (PA), além de contar com o apoio das superintendências de Goiás e Paraná.

Dedicado

Uma quadrilha que atuava há mais de 10 anos, com programadores de alto nível, foi desarticulada na Operação Dedicado, no Rio Grande do Sul. O grupo alugava servidores com mais de um terabyte para outros criminosos e cobravam pelo serviço. Além disso, invadiam contas da Caixa Econômica Federal e outros bancos para subtrair valores, por meio de transferências a laranjas, pagamento de boletos bancários e tributos, especialmente o IPVA, e comprando mercadorias, como material de construção.

Empresas de fachada eram usadas para a emissão dos boletos sem a prestação de serviços ou venda de produtos. Esses documentos eram pagos com o dinheiro desviado das contas invadidas. A quadrilha também adquiria produtos por meio de cartões de créditos fraudados e invadia contas de clientes de companhias aéreas para emitir passagens usando os pontos de programas de milhagem das vítimas.

As investigações foram iniciadas em abril de 2010. Com um cruzamento de informações, a quadrilha foi identificada: o líder seria um gaúcho, que teria um paraense como braço-direito. O nome da operação foi escolhido porque o grupo usava servidores de rede dedicados, localizados no exterior, para tentar ocultar as ações e dificultar investigações.

Online

No Pará, a PF investigava a ação de uma quadrilha especializada em fraudar contas de empresas privadas e pagar boletos com valores de cerca de R$ 15 mil. A polícia também suspeita de que a quadrilha fizesse lavagem de dinheiro com empresas de venda de cimento em Marabá. Durante as investigações, os agentes identificaram programadores, usuários dos vírus e programas maliciosos, além de "plaqueiros" e "cartãozeiros", responsáveis pelas contas bancárias para onde o dinheiro obtido com a fraude era enviado. Um policial militar estava envolvido com o grupo.

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