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Programa

Suspeitos não têm nenhuma relação com o Mais Médicos, diz ministro

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a Operação Esculápio, deflagrada para desmontar um esquema de falsificação de diplomas de medicina, não tem nenhuma relação com o programa Mais Médicos. Padilha afirmou que um sistema de filtros foi adotado, com colaboração da Polícia Federal (PF), para assegurar que integrantes do Mais Médicos tenham os antecedentes criminais checados. Quando dificuldades são identificadas, o candidato é recusado.

Padilha afirmou que o programa também exige o registro profissional no país de origem, além do diploma, para evitar tentativas de fraudes. "Nossa parceria com a Polícia Federal deverá ser ampliada, principalmente a partir das próximas semanas, quando o próprio Ministério da Saúde passar a emitir os registros", disse.

Ele observou também que médicos formados na Bolívia não são aceitos no Mais Médicos. Pelas regras do programa, lançado em julho pelo governo, somente são aceitos profissionais procedentes de países com uma relação de médicos por população superior à apresentada pelo Brasil, o que não é o caso da Bolívia.

A Polícia Federal (PF) desencadeou ontem a Operação Esculápio, contra fraudes nos diplomas de 41 médicos formados no exterior que atuavam ou pretendiam atuar no país. Os profissionais, a maioria brasileiros e alguns bolivianos, apresentavam certificados de três universidades da Bolívia, mas não concluíram o curso ou nem sequer foram alunos das instituições. Dos 41, pelo menos dois já clinicavam, na Bahia e no Amazonas, segundo a PF.

A polícia, porém, não informou se algum deles participava do programa Mais Médicos, que envia profissionais às áreas mais carentes do país. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Atuação

O grupo está espalhado por 14 estados: além de Bahia e Amazonas, estão em São Paulo, Rondônia, Acre, Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Os médicos foram flagrados ao prestarem, em agosto, um exame de revalidação do diploma na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O teste não é obrigatório para participantes do Mais Médicos. Foi a UFMT que acionou as universidades bolivianas e constatou o problema.

A instituição procurou então a Polícia Federal, que verificou que 70% dos médicos se inscreveram no teste representados por cinco advogados ou despachantes. Eles também serão investigados.

Ontem, policiais cumpriram 41 mandados de busca e apreensão nas casas dos médicos, a fim de obter os documentos fraudulentos. Nenhum mandado de prisão foi emitido pela Justiça. Os médicos suspeitos serão chamados para depor e podem ser acusados de uso de documento falso e falsidade ideológica, além de exercício ilegal da medicina.

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