A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira em 14 estados mandados de busca e apreensão da Operação Esculápio, que investiga um suposto esquema de uso de diplomas falsos no programa de revalidação do registro de medicina da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Ao todo, 41 mandados foram expedidos pela Justiça em Mato Grosso, Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
No Paraná, os mandados de busca e apreensão não foram cumpridos. A Polícia Federal (PF) fez buscas em duas residências uma em Curitiba e outra em Pinhais, na região metropolitana mas não localizou ninguém. A operação aconteceu às 7 horas desta sexta-feira (18). A PF do Paraná vai continuar as buscas.
O caso começou a ser investigado após a universidade informar que 41 pessoas que se inscreveram no programa de revalidação do diploma - que autoriza o exercício da medicina no país - apresentaram documentos de universidades bolivianas supostamente falsos. A UFMT entrou em contato com três instituições de ensino mencionadas nos documentos e elas informaram que essas pessoas nunca foram alunos ou concluíram o curso em seus estabelecimentos.
Segundo a Polícia Federal, os acusados responderão pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica.
A operação recebeu o nome de Esculápio por ser este o Deus da medicina e da cura na mitologia greco-romana.
Operação da PF não investiga Mais Médicos, diz Padilha
Agência Estado
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira, 18, que a Operação Esculápio, deflagrada para desmontar um esquema de falsificação de diplomas de medicina, não tem nenhuma relação com o Programa Mais Médicos. Um grupo de estudantes da Bolívia apresentou documentos falsos, reivindicando a validação, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
A UFMT mantém um sistema para reconhecimento de certificados obtidos no exterior independente do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), feito pelo Ministério da Educação (MEC). "A partir das denúncias, investigações foram realizadas em 14 Estados", disse. Padilha afirmou que um sistema de filtros foi adotado, com colaboração da Polícia Federal (PF), para assegurar que integrantes do Mais Médicos tenham os antecedentes criminais checados. Quando dificuldades são identificadas, o candidato é recusado.
Padilha afirmou que o programa também exige o registro profissional no País de origem, além do diploma, para evitar tentativas de fraudes. "Nossa parceria com a Polícia Federal deverá ser ampliada, principalmente a partir das próximas semanas, quando o próprio Ministério da Saúde passar a emitir os registros", disse.
Ele observou também que médicos formados na Bolívia não são aceitos no Mais Médicos. Pelas regras do programa, lançado em julho pelo governo, somente são aceitos profissionais procedentes de países com uma relação de médicos por população superior à apresentada pelo Brasil. A Bolívia tem uma relação de médicos por população inferior à marca brasileira.
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