A Polícia Federal abriu, nesta quarta-feira (8), um inquérito para investigar o despejo de mais de mil toneladas de lixo vindos da Europa nos portos brasileiros. A carga desembarcou escondida em contêineres.

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Em Santos, no litoral de São Paulo, foram encontradas 300 toneladas de lixo.

No porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, outras 740 toneladas foram isoladas.

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No complexo do porto seco da Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, chegaram quase 150 toneladas de resíduos em oito contêineres. Por ordem do importador, a empresa que fez o transporte recolheu as caixas e descarregou o material no pátio, a céu aberto, junto de outras cargas.

O carregamento começou a chegar em fevereiro, mas só em junho a Receita Federal localizou 64 contêineres.

A Receita Federal cedeu imagens feitas no momento da descoberta em Rio Grande. Há papéis, plástico, vidros e até a tampa de um banheiro químico.

Um recado surpreendeu os fiscais. A mensagem escrita em português pede que os brinquedos sejam entregues a crianças pobres e sejam lavados antes de usar.

"Já existe todo um histórico de uma prática da máfia na Itália de desviar o lixo do descarte e colocar em outros países. A gente já tinha informação que esse tipo de prática acontecia nos países africanos e agora infelizmente acontece aqui no Brasil", afirmou Marco Medeiros, inspetor da Receita Federal.

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De acordo com as investigações, os navios com a carga indesejada saíram da Inglaterra, fizeram escala na Bélgica e descarregaram no Brasil. A carga entrou no país como se tivesse sido importada por duas empresas de Bento Gonçalves (RS). No entanto, o produto encomendado seria um plástico usado na fabricação de telhas.

"Ele efetivamente não comprou aquilo que está nos contêineres, a documentação toda está em dia, está perfeita, porém o que não está perfeito é a mercadoria que está dentro do contêiner", afirmou a advogada das empresas, Silvana Werner.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou cinco empresas - duas importadoras e três transportadoras - em R$ 408 mil cada uma. O órgão pretende fazer com que as empresas devolvam o carregamento.