Campo Mourão Enquanto a família vive um estado permanente de angústia por não ter notícias da universitária paranaense Carla Vicentini, 22 anos, desaparecida desde o último dia 9 nos Estados Unidos, a Polícia Federal (PF) iniciou investigação contra um empresário estrangeiro que mora em Goioerê, Região Centro-Oeste do estado. A PF não confirma, mas o francês naturalizado americano José Fernandes, de 75 anos, estaria sendo acusado de envolvimento no envio ilegal de brasileiros aos Estados Unidos.
Fernandes é proprietário do apartamento na Avenida Ferry Street em Newark (New Jersey), onde Carla e a brasiliense Maria Eduarda Ribeiro, de 20 anos, moravam. De acordo com o pai de Carla, Orlando Vicentini, Fernandes teria assediado sexualmente a filha no apartamento em Newark, uma semana antes de Carla desaparecer. "Quando Fernandes chegou no Brasil, no dia 14, ele sequer nos procurou para falar do desaparecimento", disse Orlando.
Procurado pela reportagem, Fernandes rebateu as acusações e disse que foi ele quem avisou a família, dos Estados Unidos, sobre o desaparecimento. "Nunca assediei ninguém. Nas vezes que conversei com ela foi para alertar sobre os perigos da vida noturna da América", frisou Fernandes, que afirma ter entrado com um processo contra Orlando. "Como ele pode dizer que eu sei onde está a filha dele e que eu a assediei. Ela me chamava de segundo pai."
Fernandes disse que o comportamento de Carla não era dos mais corretos. "Ela usava drogas". A família de Carla informou que a filha consumia droga, mas que há dois anos, após tratamentos, havia parado.
Segundo Fernandes, policiais federais estiveram em seu apartamento querendo saber quantas pessoas ele tinha ajudado a viajar para os Estados Unidos. "Nunca ajudei ninguém, apenas fiz uma gentileza cedendo meu apartamento a Carla".
Fernandes contou, que antes dele embarcar aos Estados Unidos para resolver problemas judiciais, o pai de Carla teria pedido para que ele alugasse o apartamento para as jovens e a ajudasse financeiramente. O pedido teria sido feito por conta de uma dívida que ele tem com Orlando, contador do posto de gasolina de Fernandes.
Cartazes
Amigos e parentes da família espalharam panfletos e cartazes em Newark e em cidades próximas na esperança de encontrar a universitária. "O povo americano está colaborando muito na divulgação de fotos de Carla", conta a amiga Sandra Nobre, que mora nos Estados Unidos. Segundo ela, dois detetives do FBI, dois policiais do estado e seis da cidade de Newark estão investigando o caso.
Ela foi vista pela última vez conversando com um norte-americano em um clube onde Eduarda trabalhava. Segundo Eduarda, o homem com quem Carla conversou e pegou carona até o apartamento onde morava, distante cerca de quatro quadras, aparentava ter 30 anos, olhos azuis e cabelos ruivos.
Na tarde de ontem, amigos da família com parentes em Newark ligaram informando que haviam encontrado Carla na cidade. Mas, segundo a mãe, Tânia Maria Pereira Vicentini, tudo não passou de um alarma falso.