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A Polícia Federal começou a investigar neste domingo (5) a circulação de imagens das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano nas redes sociais. De acordo com a corporação, os conteúdos do exame foram postados indevidamente na internet ao longo do dia.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) identificou imagens dos cadernos de provas nas redes sociais após às 13h, horário em que os portões foram fechados, e acionou a autoridade. No entanto, o órgão evita falar, neste momento, em vazamento dos conteúdos.
“A PF também acompanha os trabalhos de apuração interna do INEP para obter mais informações sobre o caso e contribuir com os esclarecimentos devidos”, disse a autoridade no final da noite de domingo (5).
Pelo menos duas diligências já foram feitas pela PF, segundo explicou o ministro Camilo Santana, da Educação. Uma ocorreu em Pernambuco, casa do autor da postagem, e outra no Distrito Federal.
Uma das imagens era relativa à redação, que teve como tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Por outro lado, o presidente do Inep, Manuel Palacios, descartou o envolvimento de servidores e afirmou que a prova não deve ser anulada.
O instituto não revelou quantas imagens das provas foram identificadas nas redes sociais, e nem como teriam sido obtidas. Entre as regras para a aplicação das provas está a proibição de acesso de estudantes portando telefones celulares ou equipamentos eletrônicos aos locais de aplicação das provas.
O Enem deste ano teve 3,9 milhões de pessoas inscritas para o primeiro dia, neste domingo (5) e para o segundo, no próximo final de semana.
A segurança para a aplicação das provas é uma das principais dificuldades do governo, que não conseguiu impedir o roubo e o vazamento de uma das provas em 2009 e a circulação de imagens nas redes sociais nos anos seguintes. Em 2012, cerca de 60 candidatos foram eliminados do exame por postarem fotos.