Brasília A Polícia Federal suspeita que a atuação da organização acusada de fraudar contratos com estatais do setor elétrico vai além das fronteiras do país. Entre os documentos apreendidos durante a Operação Castores, no início desta semana, os policiais encontraram indícios de que integrantes da quadrilha mantém contas secretas em paraísos fiscais como Ilhas Cayman, Suíça e até em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Entre os papéis suspeitos foram encontrados ainda nomes de off-shores e de pagamento de altas somas em propinas supostamente disfarçadas em contratos de consultoria.
Propina
A organização é acusada de cobrar propina para reduzir valores de multas e aumentar valores das dívidas de Itaipu Binacional, Furnas Centrais Elétricas e Eletronorte com algumas empresas privadadas. Entre os presos por suposto envolvimento com o grupo estão José Roberto Paquiê, assessor do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e o empresário Laércio Pedroso.
Só em um dos negócios, integrantes da organização teriam amealhado R$ 550 mil. Num outro acerto, o grupo recebeu 240 mil euros.
Segundo a polícia, a propina era fixada entre 1% e 2% do valores de cada contrato negociado.
Embora os percentuais sejam considerados baixos, os valores finais são expressivos porque, conforme a polícia, boa parte dos contratos intermediados pelos chamados "castores" estava acima de US$ 1 milhão. "É muito dinheiro. Os contratos das estatais com alguns fornecedores estão na casa dos milhões", disse um dos investigadores do caso.
As suspeitas sobre as fraudes foram reforçadas pelo empresário José Della Volpe, dono da transportadora Transpesa Della Volpe, um dos seis presos pela Operação Castores. Em depoimento à PF na quinta-feira, em Curitiba, Della Volpe disse que pagou aproximadamente R$ 400 mil a integrantes do grupo em troca da intermediação de um contrato de R$ 20 milhões com Furnas e Itaipu e de R$ 8 milhões com a Eletrosul.
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