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Operação Ressaca

PF localiza “quartel-general” do traficante Éder Conde

Polícia Federal localizou residência na tarde desta sexta-feira | Gazeta do Povo - Ivonaldo Alexandre
Polícia Federal localizou residência na tarde desta sexta-feira (Foto: Gazeta do Povo - Ivonaldo Alexandre)
Um arsenal estava escondido entre as paredes: 1 fuzil, 4 pistolas e 2 revólveres |

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Um arsenal estava escondido entre as paredes: 1 fuzil, 4 pistolas e 2 revólveres

A PF também encontrou pacotes de dinheiro, que somam cerca de R$ 70 mil |

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A PF também encontrou pacotes de dinheiro, que somam cerca de R$ 70 mil

O delegado Wagner Mesquita encontra um fuzil AK-47 escondido na parede |

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O delegado Wagner Mesquita encontra um fuzil AK-47 escondido na parede

Uma residência de cinco cômodos, localizada em uma esquina da Rua Demerval Prestes Branco, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), era usada como o "quartel-general" da quadrilha liderada por Éder de Souza Conde, considerado o "Fernandinho Beira-Mar do Paraná", preso pela Polícia Federal, na Operação Ressaca. Localizada na tarde desta sexta-feira (21), a casa escondia grande quantidade de drogas, armas, munições e dinheiro. De acordo com a PF, o local era usado como uma espécie de depósito, de onde membros da quadrilha gerenciavam o tráfico.

Antes de chegar à casa, os policiais prenderam Luiz da Silva Pinto, o Verê, que, segundo a PF, seria o gerente da quadrilha e homem de confiança de Éder Conde. Ele estava em um sobrado a alguns metros do "quartel-general" do grupo. Segundo o delegado Wagner Mesquita, coordenador da operação, no instante da abordagem, Verê estava embalando cocaína, sentado no sofá.

Após a prisão em flagrante, os policiais federais fizeram buscas na outra residência. Com a ajuda de marretas, os agentes quebraram paredes ocas e localizaram um fuzil AK-47 semi-automático, com mira de precisão e silenciador. "É uma arma usada para atingir alvos a longa distância. É um armamento típico de quem ‘trabalha’ com a prática de homicídios", disse o delegado. Também foram encontrados dois revólveres e quatro pistolas, além de farta munição e de um simulacro de fuzil.

Em outra parede, a PF detectou cerca de 15 tijolos de cocaína, além de porções menores da droga, embaladas em sacos plásticos e em porções menores, e de dois potes com crack. A polícia estima que mais de 20 quilos tenham sido apreendidos. Além das drogas, a casa escondia dezenas de pacotes de dinheiro, em cédulas de R$ 2, R$ 10, R$ 20 e R$ 100, que somaram cerca de R$ 70 mil. Também foram encontrados cadernos de anotações, com a suposta contabilidade de quadrilha, balanças de precisão, um notebook e contas de luz no nome de "Éder".

Por volta das 18 horas, todo o material foi levado para a Superintendência da PF, onde seria feita a qualificação da apreensão e lavrado o flagrante da prisão de Verê.

A Operação

Deflagrada na terça-feira (18), a Operação ressaca prendeu nove pessoas no Paraná, entre elas Éder Conde e sua suposta namorada, Suzimara Steff, segundo lugar no concurso Miss Curitiba 2010. De acordo com a PF, a quadrilha era responsável pela distribuição de 100 quilos de cocaína a cada três meses em Curitiba e região metropolitana.

Mesquita informou que, nesta sexta, a PF concluiu a oitiva de todas as testemunhas. Segundo o delegado, Suzimara confirmou sua participação no esquema e que ajudava Éder Conte na atividade criminosa. Os detidos seriam transferidos nesta sexta para a Penitenciária Federal de Catanduvas, mas em função da nova ação, a ida do grupo para a unidade de segurança máxima foi adiada e ainda não tem data definida.

A PF acredita que o dinheiro levantado com o comércio da droga era investido na empresa Auto Guincho Perpétuo Socorro, de quem Conde era sócio, e em uma loja de carros de Curitiba, que faria parte do esquema. Na operação, foram apreendidos 40 veículos, entre os quais um da marca Porshe e uma Ferrari. Segundo o delegado, a PF implantou um sistema de escuta ambiental em um BMW usado pelo acusado.

A quadrilha buscava, segundo a PF, cocaína em Ponta Porã (MS). Os pagamentos chegariam a R$ 250 mil, feitos em depósitos menores e os comprovantes eram enviados por fax aos fornecedores. A droga era transportada ao Paraná em carros ou ônibus. A quadrilha abastecia pequenos traficantes e usuários da capital e região metropolitana.

Antes de ser preso, Éder Conde morava em uma casa avaliada em R$ 1 milhão, no condomínio fechado Alphaville, em Pinhais, e tinha bens avaliados R$ 10 milhões. O acusado de ser o principal traficante do Paraná era piloto de avião formado e seria frequentador assíduo de bares e casas noturnas da capital paranaense.

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