Brasília – As 25 pessoas presas – entre magistrados policiais e bicheiros – acusadas de exploração ilegal de caça-níqueis, venda de decisões judiciais e tráfico de influência, começam a ter seus depoimentos colhidos na tarde de ontem, conforme o delegado regional executivo da Polícia Federal, Ângelo Gioia. Os 25 detidos na Operação Furacão chegaram à Brasília por volta das 6 horas da manhã de ontem e demoraram pelo menos meio dia para serem acomodados nas celas da carceragem da PF, em Brasília. Por falta de espaço nas instalações físicas, a PF foi obrigada a transferir alguns presos que já estavam lá para a penitenciária da Papuda e, com isso, abrir espaço para os novos detidos que chegaram do Rio de Janeiro e da Bahia.

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"Não havia como acomodar todo esse efetivo, e era impossível porque o espaço físico não comportava", afirmou o delegado, acrescentando que nenhum dos presos está sozinho. Os detidos estão distribuídos entre três e cinco pessoas em cada cela. O delegado contou ainda que a PF comprou novos colchões para os presos já que os que existiam no prédio foram levados para a Papuda.

Por causa da demora na acomodação dos presos, os advogados não puderam ter acesso a seus clientes. Antes, porém, chegaram a contatar o conselheiro da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Bruno Rodrigues, para reclamar da dificuldade de conversar com os clientes.

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O delegado Gioia negou que tenha havido cerceamento de direito do contato dos advogados, "porque essa é uma prerrogativa constitucional" e explicou que houve demora na acomodação dos presos, mas que as conversas com os advogados já estão acontecendo.

Segundo Gioia, não está havendo privilégios aos presos, embora existam juízes e delegados entre eles. "Já estão todos encarcerados e nas mesmas condições de quaisquer presos", afirmou o delegado. Ele relatou que todos serão alimentados com o "mesmo tipo de comida" e têm à disposição um médico de plantão. Os advogados do bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão, manifestaram preocupação com a saúde do cliente e pediram para levar um médico particular e roupas. O delegado disse que a entrada de uma mala com roupas foi autorizada, mas não o médico.