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Cuiabá – O delegado da Polícia Federal de Mato Grosso, Diógenes Curado Filho, responsável por um dos inquéritos que investiga a máfia dos sanguessugas, solicitou ontem à Justiça Federal a quebra do sigilo bancário do empresário Abel Pereira.

O delegado pediu também mais prazo para concluir as investigações sobre a suspeita de que Abel Pereira tenha atuado como intermediário da máfia das ambulâncias na gestão do tucano Barjas Negri no Ministério da Saúde. Ele foi acusado pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da empresa Planam e chefes do esquema de receber propinas da máfia.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o delegado pretende ouvir mais pessoas nos próximos dias. Uma delas deve ser o deputado federal Lino Rossi (PP/MT), que teve o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara na semana passada. Em seu último depoimento, Darci Vedoin disse que convênios com o Ministério da Saúde chegaram a ser assinados no gabinete de Rossi.

Ainda segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Cuiabá, o inquérito foi encaminhado ao juiz Jefferson Schneider, da 2.ª Vara Federal, por volta das 15 horas de ontem. O pedido de dilatação do prazo não estabelece quanto tempo ainda é necessário para se concluir a investigação e não menciona quais pessoas o delegado pretende ouvir nos próximos dias. O inquérito tem 106 páginas. A Justiça Federal está de recesso até o dia 8 de janeiro e funciona no sistema de plantão, o que pode retardar a decisão sobre o pedido.

No último dia 19 de dezembro, Darci Vedoin voltou à sede da PF e reafirmou as acusações contra Abel Pereira, que segundo ele cobrava até 6,5% do valor de cada convênio pago pelo Ministério da Saúde. O empresário nega todas as acusações.

O inquérito para investigar Abel Pereira foi aberto em setembro. No entanto, a PF ainda não obteve retorno de ofícios encaminhados às Juntas Comerciais de São Paulo e Minas Gerais.

Supostamente, foi por meio de empresas localizadas nos dois estados que Abel Pereira teria recebido propinas dos Vedoin. Parte do dinheiro da propina, segundo os Vedoin, foi depositada na conta da Datamicro Informática e a Império Representações Turísticas, de Governador Valadares e Ipatinga, em Minas Gerais.

A polícia pediu cópia dos contratos sociais das empresas para averiguar se há participação do empresário.

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