A Polícia Federal (PF) realizou na terça-feira uma operação para desbaratar uma quadrilha que contrabandeava produtos eletrônicos vindos do Paraguai. O grupo atuava em quatro estados e no Distrito Federal. Foram presas cinco pessoas, três delas na capital paulista - um dos principais destinos dos produtos contrabandeados, ao lado de Brasília, de onde as mercadorias eram revendidas para outros estados.
Na cidade de São Paulo, os principais alvos da polícia foram a Galeria Pagé e o Shopping Mundo Oriental, ambos na região central. Os três presos no Município são comerciantes brasileiros e chineses. Na operação, ainda foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Minas, Ceará e Paraná e no Distrito Federal.
Além de mercadorias, foram apreendidos documentos e veículos. A Receita Federal ainda não calculou o montante em impostos não arrecadados com a atuação da quadrilha, que agia há aproximadamente dez anos.
Outras duas prisões foram realizadas em Minas e no Paraná, onde foi detido o dono de uma transportadora de Foz do Iguaçu. A empresa trazia o contrabando do Paraguai em aeronaves, guardava os produtos em armazéns e depois fazia a distribuição em caminhões. Para escapar da fiscalização nas estradas, suspeita-se que eram utilizados documentos falsos.
Início
As investigações da operação, batizada de Canal Vermelho 2, começaram em 2008, após a tentativa de assassinato de um auditor da Receita Federal no Ceará.
Acusado de ordenar o crime, o comerciante iraniano Farhad Marvizi foi preso em 2010. A polícia começou então a investigar a origem das mercadorias vendidas nas lojas de Marvizi, o que levou ao esquema de contrabando do Paraguai. Outras 12 empresas do Ceará são investigadas por receberem mercadoria dos mesmos fornecedores do comerciante iraniano.
Segundo a PF, Marvizi é acusado de mandar matar seis pessoas. Apenas pelo crime de tentativa de homicídio do auditor fiscal já foram detidas 13 pessoas, incluindo dois executores, presos anteontem no Ceará.
"Essa foi a primeira vez que se registrou no Estado uma tentativa de homicídio de servidor por causa do trabalho que executa", disse a delegada do Grupo de Repressão a Crimes Financeiros do Ceará, Cláudia Braga. Os executores recebiam entre R$ 1,3 mil e R$ 1,5 mil para cada vítima eliminada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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