Brasília (AE) A Receita e a Polícia Federal desmantelaram ontem, na Operação Safári, a maior quadrilha de contrabando de uísque, perfumes e produtos finos importados, vendidos a políticos, executivos e autoridades de Brasília. A lista de clientes vips tem empresários dos ramos de festas, eventos e recepção, mas há também um número expressivo de parlamentares, assessores e altos funcionários do Congresso. Todos serão investigados por crime de receptação numa segunda etapa do inquérito.
Ao longo do dia, foram presas seis pessoas em flagrante, entre elas um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores, e apreendidas dezenas de caixas de uísque, mais de 300 frascos de perfume francês, bolsas de grife européia, óculos escuros e outros produtos importados. A quadrilha vinha sendo monitorada há quase um ano e teria movimentado o equivalente a mais de R$ 3 milhões nos últimos três anos, segundo estimativa da Receita e da PF.
A quadrilha era comandada por Alzair Oliveira de Aquino, um dos presos, e integrada por pelo menos 28 pessoas, entre elas 22 estrangeiros, entre embaixadores e funcionários diplomáticos, que não puderam ser presos porque gozam de imunidade internacional.
Os nomes deles, mantidos em sigilo pelo governo brasileiro, serão enviados pelo Itamaraty aos respectivos governos, para que respondam a processo criminal em seus países, explicou o delegado Paulo Moreira, da PF, que chefiou a operação.
Pena
Além de Alzair Oliveira de Aquino, foram presos ontem o servidor Hamílton Ferreira dos Reis, que chefia uma repartição de nome sugestivo do Itamaraty, a Coordenação Geral de Privilégios e Imunidades, os contrabandistas Ângela Rodrigues e Zuhair Murdashi e dois funcionários da Brasif (rede de lojas duty free, que vende produtos livres de impostos aduaneiros nos aeroportos): Jonas da Silva Garcez e Manoel da Costa. Os seis vão responder por formação de quadrilha, contrabando, corrupção passiva e corrupção ativa e podem pegar até dez anos de cadeia.
Para comprar os produtos livres de impostos e revendê-los com 300% ou mais de lucro, o grupo contava com a conivência do servidor Hamílton Ferreira dos Reis. Cabia a ele carimbar as autorizações de compras solicitadas pelas embaixadas apanhadas na fraude, as de Angola, Gabão, Congo, Senegal, Síria e Iraque.
A quadrilha contava também com a colaboração de funcionários da empresa Brasif.
Para se ter uma idéia da extensão da fraude, só a embaixada de Angola importou 9 mil litros de uísque num período de dez meses, o que dá uma média de 900 litros por mês.
Ontem, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota à imprensa para dizer que está prestando "todo o apoio" à Polícia Federal e à Receita Federal para ajudar nas investigações para desarticular a quadrilha.
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