Suspeito pode ter ligação com morte de major
Segundo o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita, coordenador da Operação Ressaca, Éder de Souza Conde é um velho conhecido da polícia. Ele já foi preso ainda durante a operação Tentáculos, deflagrada em 2005 para prender os suspeitos de matarem o comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar, major Pedro Plocharski.
Rotina discreta e noites fora de casa
Os moradores do Alphaville Graciosa, condomínio fechado de alto padrão em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, tiveram uma surpresa ontem: quem escolheu morar lá pela segurança descobriu que dividia cerca com o crime organizado.
O homem apontado como o maior distribuidor de cocaína dentro do Paraná, Éder de Souza Conde, 35 anos, foi preso na segunda-feira, quando saía de uma casa noturna em Curitiba. O suspeito já foi considerado por policiais civis como o "Fernandinho Beira-Mar do Paraná". A Polícia Federal (PF) divulgou ontem a prisão de Conde e de mais dez pessoas acusadas de integrarem um esquema de venda de cocaína com um lucro anual de R$ 6 milhões na capital. A ação foi batizada de Operação Ressaca, já que Éder, considerado líder da quadrilha, é frequentador de festas e casas noturnas da cidade.
Segundo a PF, a quadrilha movimentava cerca de 100 quilos da droga a cada três meses. Entre os presos estão familiares de Éder, a namorada dele, Suzimara de Lima Steff (segundo lugar no concurso de Miss Curitiba 2010), e mais fornecedores de droga, detidos em Ponta Porã (MS).
Esquema
Segundo o delegado da PF Wagner Mesquita, coordenador da operação, Conde era sócio da empresa Auto Guincho Perpétuo Socorro e financiava compras de veículos para a loja de carros Lenus Car, em Curitiba. A PF acredita que ele investia o dinheiro obtido com a venda da droga nesses estabelecimentos. A polícia informou que foram apreendidos 40 veículos, entre eles os carros de uso pessoal do traficante, um porsche e uma ferrari. Durante as investigações, a PF conseguiu implantar um sistema de escuta ambiental dentro do veículo BMW usado pelo acusado.
Mesquita informou que Conde buscava a droga em Ponta Porã, onde permanecia entre 10 e 15 dias. "Ele fechava pagamentos na faixa de 250 mil", diz o delegado. O pagamento era feito por meio de depósitos em menores quantidades, em conta corrente, e os comprovantes eram enviados por fax para os fornecedores.
A droga era trazida para o Paraná em carros ou ônibus. Os clientes da quadrilha eram pequenos traficantes e usuários da região de Curitiba. Apesar do sistema organizado, de acordo com Mesquita, o grupo não tinha uma contabilidade sólida. "A contabilidade deles era pífia. Eles não declaravam nada", comenta.
Conde tinha uma vida de playboy: morava em uma casa avaliada em R$ 1 milhão, no condomínio fechado Alphaville, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, tinha vários carros de luxo e bens avaliados R$ 10 milhões. Piloto de avião formado, o suspeito tinha intenção de sair de Curitiba e comprar uma fazenda perto da fronteira com o Para-guai. As contas bancárias e todos os bens dos suspeitos foram bloqueados pela Justiça. Os suspeitos serão transferidos da sede da PF para a penitenciária federal de Catanduvas, no Oeste do estado. A reportagem não conseguiu localizar os advogados deles.
A investigação começou com dados da rede da Secretaria Muni-cipal Antidrogas de Curitiba, que repassou um relatório para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, ligado ao Ministério Público.
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