Cuiabá – O empresário Luiz Antônio Vedoin, acusado de chefiar a quadrilha da máfia dos sanguessugas, e seu primo, Paulo Roberto Trevisan, foram presos ontem, pela Polícia Federal (PF), em Cuiabá. Eles iam embarcar para São Paulo às 23h30 com uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e várias fotos. Luiz Vedoin é acusado de crime de ocultação e venda de provas. A prisão foi decretada pelo juiz substituto da 2.ª Vara Federal em Mato Grosso, César Augusto Bearsi.

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Em outra operação, a PF prendeu ontem, num hotel em São Paulo, por volta das 6 horas, o advogado Pereira Passos e o engenheiro civil Valdebran Carlos Padilha da Silva. Com os dois, os policiais apreenderam R$ 1,9 milhão.

A polícia acredita que as provas seriam compradas. "Nós recebemos a informação de que Vedoin estaria negociando provas com a máfia dos sanguessugas. Não sabemos se seriam partidos ou não", disse o delegado substituto da superintendência da PF em Mato Grosso, Geraldo Pereira.

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O delegado informou que chegou ao grupo em São Paulo e ao embarque de Vedoin de Cuiabá para a capital paulista com base em informações levantadas pela polícia. O material apreendido – imagens de vídeo e fotos – mostra os candidatos à Presidência e ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin e José Serra, respectivamente, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o ex-governador Dante de Oliveira, os deputados federais Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Thelma de Oliveira (PSDB-MT).

As imagens teriam sido feitas em 2001 na empresa Planam, acusada de vender as ambulâncias superfaturadas, após aprovação de emendas dos deputados. De acordo com o delegado, nos 23 minutos do DVD, as autoridades fazem discursos num ato de entrega de 40 ambulâncias para municípios de Mato Grosso. Todo o material teria sido produzido dentro da própria empresa. A documentação apreendida em Cuiabá será enviada para São Paulo. Com o engenheiro Valdebran Padilha a PF apreendeu US$ 109,8 mil e R$ 758 mil. O advogado Gedimar Passos foi preso com US$ 139 mil e R$ 410 mil. "Já sabemos que eles não souberam comprovar a origem lícita desse dinheiro", disse o delegado Geraldo Pereira.

A PF não descarta a hipótese de que o material seria utilizado durante a campanha eleitoral. No mandado de prisão, o juiz César Bearsi sustentou que a prisão é para garantir a ordem pública e "impedir o réu de continuar chantageando pessoas envolvidas vendendo provas". No depoimento prestado na PF, Paulo Roberto disse que foi a primeira vez que seu primo, Luiz Vedoin, pediu para ele embarcar para São Paulo com a documentação. Disse ainda que é funcionário há três anos da Planam. Ele foi liberado após o depoimento.