Quedas do Iguaçu - Policiais federais da delegacia de Cascavel prenderam ontem cinco pessoas acusadas de crimes ambientais em Quedas do Iguaçu, no Centro-Oeste do estado. A ação é um desdobramento da Operação Tolerância Zero, realizada em novembro do ano passado, quando 15 pessoas foram presas e 35 madeireiras acabaram interditadas por extração ilegal no assentamento Celso Furtado.
De acordo com o delegado Algacir Mikalovski, após a operação do ano passado as investigações prosseguiram e, aos poucos, outros criminosos passaram a explorar a extração de madeiras de várias espécies ilegalmente. Segundo a Polícia Federal (PF), criminosos chegaram a expulsar famílias dos lotes para explorar a comercialização de madeira. "Um grupo de pessoas, aproveitando a ausência daqueles que foram presos, continuou a prática criminosa", explica Mikalovski.
Segundo o delegado, por trás da questão dos crimes ambientais, outras atividades criminosas acabaram acontecendo, como furtos e assassinatos. Apesar de toda a ação ter sido desenvolvida no interior de um assentamento rural, nenhum sem-terra está entre os detidos.
Os presos, que não tiveram os nomes revelados, foram encaminhados para a 15.ª Subdivisão Policial em Cascavel e ficarão à disposição da Justiça Federal. No total, foram expedidos 19 mandados de prisão. Segundo o delegado, entre os presos estão pessoas que trabalhavam na retirada da madeira, atravessadores e receptadores.
Investigação
As investigações da PF já duram oito meses e identificaram os responsáveis pelo desmatamento e comercialização clandestina da madeira. No ano passado, agentes federais chegaram a se infiltrar entre os criminosos e se passaram por compradores em madeireiras envolvidas na atividade ilegal. Os criminosos também teriam se infiltrado entre os assentados com o objetivo de desmatar a área e retirar o maior volume de madeira possível. Por se tratar de um assentamento, a vasta área de floresta que está no local pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).