Belo Horizonte A Polícia Federal (PF) prendeu ontem o deputado federal eleito pelo PT de Minas Gerais, Juvenil Alves, e outras 12 pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa especializada em crimes financeiros, que teriam causado um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos, conforme estimativa da Receita Federal.
Alves é apontado como o mentor do esquema fraudulento. De acordo com a PF, a partir de seu escritório de advocacia, sediado em Belo Horizonte, e articulado a uma rede de advogados, ele prestava serviço de "blindagem patrimonial" a grupos empresariais.
A ação conjunta da PF, Receita e Ministério Público Federal (MPF) foi batizada de Operação Castelhana e abrangeu também os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas e o Distrito Federal.
Até o fim da tarde, haviam sido cumpridos 13 dos 21 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal na capital mineira.
Os agentes federais cumpriram cerca de 50 mandados de busca e apreensão. Foi preso também o ex-deputado federal Avelino Costa, fundador da Pif Paf Alimentos sediada em Belo Horizonte. Outras seis prisões foram efetuadas na capital mineira, quatro em São Paulo e uma no Rio de Janeiro.
Segundo o delegado de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da PF em Minas, Jader Lucas, o esquema consistia na abertura de empresas offshore estabelecidas no Uruguai Sociedade Anônima Financeira de Investimento (Safi) e na Espanha Entidade de Depósito de Valores no Estrangeiro (ETVE) , em nome de "laranjas".
O objetivo era ocultar e dissimular valores e bens e evitar que eles fossem alvos de execuções judiciais.
"O interesse dos empresários era desviar dívidas milionárias, tributárias, previdenciárias e de outros credores para que não atingissem os bens particulares e das empresas", disse Lucas.