A Polícia Federal prendeu sete pessoas -- entre elas um adolescente de 15 anos -- acusadas de envolvimento com a morte do agente federal Wilton Tapajós, ocorrida no dia 17 de julho, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Segundo a PF, os detidos fazem parte de uma quadrilha que rouba carros e que já tinha feito outros roubos no mesmo cemitério. Responsável pelo caso, o delegado Alessandro Moretti informou que três pessoas foram identificadas como as que estavam no cemitério na hora do assassinato e do roubo de um gol branco que pertencia à família de Tapajós.

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Ainda segundo a PF, um dos três presos que estavam no local confessou ser o autor dos dois disparos que mataram o policial federal. A arma do crime, um revólver calibre 38, foi apreendida. Até o momento, a PF acusa os presos formalmente por formação de quadrilha e receptação de carros roubados.

A investigação, que ainda não está concluída, deve apontar latrocínio --roubo seguido de morte. Essa hipótese chegou a ser descartada no início das investigações, por conta do grau de profissionalismo do assassinato. Tapajós estava na PF desde 1987 e trabalhava no núcleo de inteligência que atuou na Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira, em 29 de fevereiro. A PF praticamente descartou relação entre o assassinato e a operação.

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"No momento da execução, o que temos de convicção até agora é de que os bandidos não sabiam que se tratava de um policial", afirmou Moretti. "Temos 99% de convicção investigativa de que o crime não teve ligação com a atividade profissional do APF [agente de Polícia Federal] Tapajós."

Tapajós chegou ao cemitério às 14h40 do dia 17 de julho. Os acusados estavam no cemitério em um outro carro. Dois deles desceram e um efetuou os disparos. O carro foi clonado -- documentos falsificados foram produzidos para que o veículo recebesse uma nova placa -- e revendido por R$ 1,5 mil na cidade de Valparíso (GO).

Dois dias depois, o carro foi novamente vendido para receptadores na Bahia, dessa vez por R$ 4 mil. Na cidade de Barreiras, foi feita uma terceira venda, por R$ 5 mil. O carro foi apreendido em Barreiras. Duas pessoas foram presas na Bahia, acusadas de receptação, mas a PF não confirmou a identidade delas.