| Foto: TV Globo / Blenda Gomes

O ator Érico Brás, de 37 anos, foi retirado por agentes da Polícia Federal (PF) de um voo da Avianca em Salvador, na manhã desta quinta (31). A ação ocorreu depois de um desentendimento com o comandante da aeronave, que disse que Brás representava “ameaça” aos outros passageiros. Para o ator, houve racismo na atitude do aviador. Ele disse que processará a companhia aérea. A Avianca informou que seguiu procedimentos de segurança de voo.

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“Fui tratado como bandido, como um terrorista”, afirmou o ator da Rede Globo. Oito passageiros desceram do avião em solidariedade a ele.

Em nota, a Avianca divulgou que “mantém a prioridade na segurança de voo”. “A Polícia Federal foi acionada, como é praxe no setor, porque um grupo de clientes recusou-se a seguir as orientações dos comissários sobre a acomodação das bagagens”.

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O desentendimento ocorreu no voo que partiria às 6h25 para o Rio. De acordo com Brás, que atua no humorístico Zorra!, o bagageiro estava cheio e a mulher dele, Kênia Maria, havia sido orientada por um comissário a colocar a bagagem de mão sob o banco da frente.

“O comandante veio lá da frente, já falando alto, dizendo que era para colocar a bolsa no bagageiro. Minha mulher respondeu que não tinha como guardar no compartimento, que estava cheio. Ele falava rispidamente e dizia coisas como ‘agiliza aí’. Ela disse para ele: ‘então arruma você’. O comandante com toda a violência abriu o bagageiro e jogou a mala lá dentro”, disse Brás.

Nesse momento, o ator interveio. “Disse que ele era um mal-educado, que estava agindo com falta de educação, e que não aceitaria isso”. O comandante, que, segundo Brás, não usava crachá, teria determinado a um comissário que o ator deixasse o avião porque representava ameaça para os passageiros e para o próprio piloto.

O ator disse que se recusou a sair. A PF foi chamada. “Eu tentei argumentar, expliquei que não me exaltei, não agredi ninguém. Outros passageiros me defenderam, mas o agente disse que o comandante é soberano no voo.”

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Brás disse que, com a mulher e os oito passageiros, foram ao escritório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e registraram queixa contra a companhia.

“Embora ele não tenha usado palavras racistas, não tenha me xingado, a atitude do comandante foi racista, é um racismo institucional. Sinto uma impotência muito grande porque é uma situação em que não tive culpa nenhuma, mas dentro de um avião ele pode me tratar como pensa, sem nenhum respeito. Se eu não fosse negro, ele não agiria dessa forma, com essa agressividade”, afirmou.

Brás contou que não chegou a ser levado para a delegacia da PF. Foi colocado em voo da Gol, que partiu às 10h. “Se eu era uma ameaça para o voo, como permitiram que eu embarcasse em outro avião sem saberem como eu estava psicologicamente?”