Ação afirma que Santos teria supostamente disseminado bate-papo em que jornalista confirmaria plano para PF prender Bolsonaro.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado / arquivo
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar Allan dos Santos por suposta participação em uma campanha coordenada de disseminação de informações falsas nas redes sociais.

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De acordo com a representação, ele teria publicado uma falsa captura de tela atribuída à jornalista Juliana Dal Piva, em meados de junho, que supostamente revelaria o conhecimento de um plano do ministro Alexandre de Moraes, do STF, com a PF para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A manifestação é favorável à instauração de investigação contra Allan dos Santos, com posterior remessa dos autos à Autoridade Policial, para apurar se há uma atuação coordenada com o fim de, deliberadamente, difundir informações falsas com o intuito de interferir no curso de investigação criminal em trâmite no Supremo Tribunal Federal”, escreveu o procurador-geral na quarta (17) na representação a que a Gazeta do Povo teve acesso.

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Gonet pede, ainda, o bloqueio das contas de Santos nas redes sociais X e Instagram – nesta segunda, a página está indisponível. Na primeira, ele ainda não comentou o pedido da PGR.

Paulo Gonet Branco aceitou o pedido feito pela defesa da jornalista em que afirma que as capturas de tela "foram manipuladas" e que, mesmo sendo alertado sobre a fraude, Allan dos Santos continuou a difamar Juliana Schwartz Dal Piva. Afirma, ainda, que ele utilizou uma "campanha difamatória e misógina contra Dal Piva para arrecadar dinheiro para o Terça Livre".

Juliana Dal Piva relatou ao STF que a suposta manipulação das telas do bate-papo teria sido confirmada pela agência de checagem “Aos Fatos”. “Estando evidenciado que o conteúdo compartilhado era uma fraude e sendo avisado pela representante desse detalhe, o representado passou a ofender a honra da representante de outras maneiras”, afirmou a defesa de Dal Piva destacando o que seria uma “campanha ilícita, caluniadora e difamatória” com a publicação de mensagens com termos ofensivos e machistas nas redes sociais.

A defesa da jornalista também relatou que ela passou a sofrer ataques de outras pessoas nas redes sociais, numa “campanha difamatória de grandes proporções” supostamente coordenada por Allan dos Santos. Entre os envolvidos, a petição cita o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Otávio Fakhoury, investigado pelo STF por suspeita de propagar notícias falsas.

“O que demonstra uma estratégia coordenada de criar fake news contra a investigação da Polícia Federal e STF. É notável o grau de engajamento, inclusive de um deputado federal e de um empresário multimilionário, na repercussão da falsa história contra a jornalista, sem contar as centenas e centenas de comentários no mesmo sentido e que, até o momento, vêm perpetuando os graves danos causados à representante”, conclui a defesa.

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Com o parecer da PGR, o processo será analisado pelo relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes.

Allan dos Santos é alvo de dois inquéritos no STF por suposta propagação de desinformação, e ainda um mandado de prisão preventiva e uma ordem de extradição. Atualmente, o blogueiro reside nos Estados Unidos.

Caso julgado procedente, o bloqueio das contas solicitado pela PGR se somaria a outras determinações anteriores, desde 2020, quando Santos teve perfis suspensos nas redes sociais, mas driblou as decisões da Justiça criando novas contas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]