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Investigação

PGR recomenda novamente soltura de Filipe Martins, preso há 174 dias

Filipe Martins
Paulo Gonet afirma que informações colhidas indicam "com razoável segurança" que Martins não viajou com Bolsonaro em 2022. (Foto: Agência Senado/arquivo)

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou novamente a soltura de Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Jair Bolsonaro (PL), em uma petição assinada nesta semana. Martins está preso preventivamente há 174 dias sob a acusação de ter deixado o Brasil com o ex-presidente no dia 30 de dezembro de 2022, rumo aos Estados Unidos.

Gonet afirma que a documentação apresentada por Martins sugere que ele não deixou o país naquela data, o que foi o motivo inicial para seu pedido de prisão pela Polícia Federal e autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A Procuradoria-Geral da República manifestou-se, em 11.3.2024, pela suspensão da análise do pedido de liberdade provisória apresentado por Filipe Garcia Martins Pereira até que diligências complementares esclarecessem as circunstâncias que envolvem a permanência ou saída do investigado em território nacional”, explicou Gonet na petição a que a CNN Brasil teve acesso nesta quinta (1º).

Segundo o procurador-geral, diligências realizadas indicam que ele permaneceu no Brasil durante o período. Informações fornecidas pela operadora TIM sobre a geolocalização do celular de Martins "mostram "parecem indicar, com razoável segurança", escreveu Gonet, que ele não deixou o país entre os dias 30 de dezembro de 2022 e 9 de janeiro de 2023.

“Esclarecida a questão, persistem os termos da manifestação já apresentada pela Procuradoria-Geral da República”, concluiu Gonet, referindo-se a uma decisão anterior, de 1º de março, que sugeria a soltura de Martins.

Ao longo dos últimos meses, a defesa de Martins apresentou diversos documentos apontando que ele não deixou o Brasil junto com Bolsonaro. Contudo, os pedidos de soltura foram negados por Moraes.

A prisão de Martins completará seis meses na próxima semana, desde 8 de fevereiro, quando a Polícia Federal executou a ordem de prisão durante a Operação Tempus Veritatis. A operação investigava a ligação de Martins com os atos de 8 de janeiro de 2023 e uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Martins foi detido na casa da namorada na cidade de Ponta Grossa (PR), e conduzido à Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.

A autoridade alegou que Martins estava na lista de passageiros de um voo presidencial com Bolsonaro para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, o que indicaria risco de fuga. No entanto, não há registros formais dessa saída.

A defesa de Martins sustenta que ele é vítima de tortura psicológica, sendo mantido preso em condições precárias para forçá-lo a uma delação.

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