Vinte e seis pessoas – entre elas 23 policiais civis – acusadas de participar de um esquema de extorsão e pedofilia foram denunciadas, ontem, pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC). Os promotores consideraram que outros dois policiais indiciados pela Corregedoria Geral da Polícia Civil não tiveram envolvimento com o crime. Apesar da PIC avaliar que não existe mais razão para manter o sigilo judicial que protegia as investigações, ele permanece em vigência por ordem da Justiça. Por esse motivo, os nomes dos acusados continuam em segredo.

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A denúncia da PIC aponta 11 fatos criminosos que aconteceram em Curitiba entre o início de 2005 e abril de 2006 e relata como a rede funcionava. Uma das denunciadas, que mantinha uma agência de acompanhantes, iniciou o esquema após um cliente solicitar um programa com uma adolescente. Assim surgiu a idéia de simular flagrantes com a ajuda de policiais. Uma menina teria recrutado colegas da escola para participar da trama. De acordo com a denúncia, serviços sexuais de adolescentes eram ofertados pela internet em salas de bate-papo.

Durante os encontros, os policiais invadiam o local fotografando e filmando. O material era utilizado para chantagear e extorquir dinheiro dos clientes, posteriormente dividido entre todos os denunciados. Os policiais chegavam a alterar informações em boletins de ocorrência para impossibilitar a localização dos pedófilos.

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Os denunciados ainda deverão prestar esclarecimentos em um processo disciplinar instaurado no Conselho da Polícia Civil e que deve estar concluído em um mês. As punições aos policiais envolvidos podem chegar à expulsão da corporação. De acordo com a delegada corregedora Charis Negrão Tonhozi, novas diligências policiais da Corregedoria devem dar continuidade ao inquérito.

Antes de dar início ao processo criminal e se pronunciar sobre o caso, a Justiça aguarda a defesa prévia dos acusados. Por serem funcionários públicos, os policiais têm 15 dias para se defenderem. Entre os crimes de que são acusados estão formação de quadrilha, estupro, prostituição e exploração sexual infanto-juvenil. (JO)