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Segurança

PIC pode abrir inquérito para apurar curso acelerado de formação de PMs

Ponta Grossa – A Promotoria de Investigação Criminal (PIC) está estudando a possibilidade de abrir inquérito para apurar as circunstâncias em que a aceleração do treinamento de 1.385 novos policiais militares foi determinada pelo governo do estado e até de propor uma ação judicial de responsabilização. O anúncio foi feito depois que um soldado, que se formou na sexta-feira com o curso reduzido de nove para cinco meses e meio, atirou em um civil durante o atendimento a uma ocorrência no sábado, em Guarapuava. Mário Sérgio Zbierski, 41 anos, levou um tiro no abdome e morreu pouco depois de ser atendido no hospital.

Inquéritos nas polícias Civil e Militar foram instaurados para apurar se a ação do soldado foi apropriada durante o confronto. A polícia foi chamada pela família de Zbierski, que estava descontrolado por conta da mistura de cerveja e medicamentos fortes e portava uma faca de cozinha. Ele não obedeceu a ordem de largar a faca e foi atingido na perna por um policial experiente. Como permaneceu em pé e continuou andando em direção aos policiais, o soldado Edson de Oliveira disparou e o atingiu no baixo ventre. Este foi o primeiro caso do ano de morte de um civil em confronto com um policial em Guarapuava.

O presidente da Associação dos Militares Ativos e Inativos (AMAI) do Paraná, coronel da reserva Elizeu Ferraz Furquim, avalia que cabe aos inquéritos já abertos e ao Ministério Público (MP) averiguar se a redução drástica do tempo de formação dos novos policiais se refletiu em alguma ação precipitada em uma situação crítica. "Mas nós defendemos o soldado. A culpa não pode ser dele", reforça. O coronel informou que a entidade não pretende tomar nenhuma medida judicial questionando a antecipação da formatura, já que a atribuição de defender o interesse público é do MP. "A Amai precisaria obter documentos que só a promotoria pode solicitar", acrescenta.

O presidente da entidade acredita que a antecipação da formatura foi uma decisão essencialmente política, com interesses eleitorais. "O absurdo é tão evidente", frisa. Segundo ele, os novos policiais estão sendo vítimas de preconceito nos quartéis. "Eles foram admitidos por concurso, entraram pela porta da frente, mas agora são objeto de brincadeiras", conta, complementando que essa situação prejudica o já difícil entrosamento de novos policiais.

Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) sustenta a medida de antecipar a formatura dos novos policiais reiterando que eles estavam prontos para o serviço. O texto ainda defende a atitude tomada pelo soldado Edson de Oliveira. A família de Zbierski, que acredita que a ação policial foi exagerada, informou que tomará providências para punir os responsáveis pela morte.

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