Um dos acusados de pichar a estátua do Cristo Redentor disse estar arrependido e que irá se entregar nos próximos dias à polícia. O pintor de parede Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, afirmou ter feito a pichação para protestar contra a demora nas investigações de crimes no Rio de Janeiro.
"Queria pedir perdão a Deus e à população carioca. Eu sei que cometi um ato errado. As pessoas estão achando que sou bandido ou traficante. Não sou nada disso. Sou um ex-militar. Não tinha a noção de que meu ato teria essa repercussão toda", disse o pichador, em entrevista ao jornal O Dia. Paulo está escondido na casa de amigos, com medo de sofrer algum tipo de agressão.
Ele e Edmar Batista de Carvalho, o Zabo, de 26 anos, são acusados de pichação ao monumento público, crime ambiental e injúria por preconceito (por se tratar de imagem religiosa). Se condenados, poderão cumprir pena de um a três anos de reclusão.
Segundo o advogado Alexandre Magalhães, o pintor deverá responder ao processo em liberdade. "É trabalhador e tem residência fixa. Além disso, não tem passagem pela polícia", afirmou o advogado. Eles já estavam identificados pela polícia desde a última terça-feira.
Na quinta-feira da semana passada, a estátua do Cristo Redentor amanheceu com os braços e a face pichadas com frases que diziam "Onde está a engenheira Patrícia?" (referência ao desaparecimento ainda não esclarecido da engenheira Patrícia Amiero, em junho de 2008) e "Quando os gatos saem os ratos fazem a festa".
Todas as câmeras de vigilância do Cristo estão desligadas desde os temporais da semana passada. Os dois homens aproveitaram os andaimes que estão sendo usados nas obras de recuperação do monumento para chegar ao topo da estátua.
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